Economia

Indústria de cartões propõe ao BC opção para compras parceladas

Modelo de pagamentos com cartões de crédito pode ser alternativa, com pagamento financiado pela instituição financeira emissora do cartão

Compras parceladas: executivos do BC receberam bem a nova proposta proposta e deram sinal verde para que o modelo seja desenvolvido para eventual aplicação (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

Compras parceladas: executivos do BC receberam bem a nova proposta proposta e deram sinal verde para que o modelo seja desenvolvido para eventual aplicação (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 18h24.

São Paulo - A indústria de cartões apresentou recentemente ao Banco Central uma proposta de modelo de pagamentos com cartões de crédito como alternativa à modalidade do parcelado sem juros.

A proposta, formulada pela Abecs, entidade que representa o setor, dá aos lojistas a opção de oferecer aos consumidores que quiserem fazer compras no cartão em prestações o pagamento financiado pela instituição financeira emissora do cartão.

"Não vai ter nada obrigatório, é só uma opção", disse um executivo da Abecs, afirmando que executivos do BC receberam bem a proposta e deram sinal verde para que o modelo seja desenvolvido para eventual aplicação mais adiante.

Pelas estimativas da Abecs, o juro mensal médio desse tipo de operação seria de cerca de 3 por cento ao mês, nível parecido com o que as adquirentes (donas dos terminais de pagamentos) cobram dos lojistas para lhes antecipar os recursos de uma venda em parcelas.

A proposta é uma resposta à movimentação do Banco Central de mudar regras da indústria de cartões com objetivo de reduzir os custos de transações, inclusive dos juros envolvidos. Após ter determinado em abril passado o limite de 30 dias para uso do rotativo, o BC também planeja reduzir o prazo de repasse de recursos das vendas no cartão, das adquirentes para os lojistas.

Atualmente, o prazo é 30 dias. No ano passado, o regulador chegou a sinalizar intenção de reduzir o limite para dois dias após a compra, como acontece na maioria dos países.

Para o BC, ao ter os recursos de forma mais imediata, os lojistas terão mais capital de giro. Não precisando recorrer às adquirentes para antecipar recebíveis, os lojistas teriam custos financeiros bastante reduzidos, tendo espaço para vender produtos à vista mais baratos.

Clientes que preferissem manter as compras parceladas poderiam simular o valor dos juros no próprio terminal de pagamento, com as taxas de juros e os prazos de pagamentos sendo estabelecidas pelo banco emissor do cartão dependendo de fatores como grau de risco do cliente e do relacionamento com a instituição financeira.

Sem o peso financeiro que o parcelado sem juros lhes impõem, os lojistas, principalmente os pequenos, teriam condições de parcelar suas vendas para prazos maiores do que atualmente.

A aposta da Abecs é que a possível oferta de prazos mais longos ajude a convencer os clientes a optar por esse mecanismo.

E para lidar com a resistência de lojistas e de órgãos de defesa do consumidor contra eventual substituição impositiva de um modelo de pagamentos tradicional do varejo, a nova modalidade seria apenas uma alternativa.

 

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