Economia

Indústria de carne vive desafios nos EUA e auge no Brasil

Segundo Moody's, indústria deve registrar seu pior desempenho em um década em 2013 e 2014 nos Estados Unidos


	Trabalhador arrumando embalagens de carne moída em um supermercado em Princeton: cenário nos EUA é de crise, segundo a Moody's
 (Daniel Acker/Bloomberg)

Trabalhador arrumando embalagens de carne moída em um supermercado em Princeton: cenário nos EUA é de crise, segundo a Moody's (Daniel Acker/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 17h48.

São Palo - A indústria de carne bovina dos Estados Unidos enfrenta um ambiente operacional desafiador e deve registrar seu pior desempenho em um década em 2013 e 2014, ao mesmo tempo que o setor brasileiro parece ter atingido seu auge, disse a agência de classificação de risco Moody's em um relatório.

"A indústria de carne dos EUA está enfrentando um aprofundamento de sua crise, enquanto a brasileira atinge o auge de seu desempenho", avaliou agência.

O desempenho das duas maiores indústrias de processamento de carne bovina do mundo - Brasil e EUA - devem apresentar grandes divergências no próximo ano, acrescentou.

O Brasil é o maior exportador global de carne bovina do mundo, com empresas listadas como JBS, Marfrig e Minerva - no caso da JBS, a companhia tem grande parte de suas operações nos EUA.

O ambiente operacional desafiador para as processadoras norte-americanas, como altos preços dos animais, menores volumes e preços voláteis das rações, deve continuar por pelo menos mais dois anos, acrescentou.

Em contrapartida, os produtores brasileiros de carne bovina gozam de uma ampla oferta de gado, o que tem mantido os preços dos animais reduzidos e elevado os lucros das processadoras. Mas há sinais de que as condições favoráveis ​​podem ter atingido seu auge.

"Enquanto as processadoras brasileiras devem continuar a ser rentáveis, suas margens de Ebitda podem recuar no próximo ano, devido em parte ao aumento dos custos relacionados a uma recente expansão da capacidade e por não haver expectativas de mais reduções nos preços do gado", disse a diretora-geral adjunta da agência, Marianna Waltz.

A Moody's ainda disse que um alívio a curto prazo para os produtores dos EUA é improvável, uma vez que atualmente há poucas opções para melhorar a rentabilidade.

Os pecuaristas brasileiros desfrutam de vantagens competitivas estruturais sobre os seus homólogos norte-americanos, explicou a Moody's. No Brasil, os rebanhos são alimentados com pasto, de uma maneira geral, o que, juntamente com a terras abundantes para pastagem, resulta em custos menores e menos voláteis.

Nos EUA, por sua vez, a dependência da indústria em insumos mais caros e voláteis para alimentação animal, como milho e soja, além dos custos mais elevados da terra, contribui para um fornecimento menos estável do gado, concluiu.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaIndústriaMoody's

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron