EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 13h22.
Rio de Janeiro - A indústria brasileira voltou a admitir trabalhadores em janeiro de 2013, na contramão do restante do mercado de trabalho, que costuma dispensar trabalhadores temporários à essa época do ano.
O setor registrou a abertura de 55 mil postos no mês, um aumento de 1,5% em relação a dezembro de 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com janeiro de 2012, a alta foi de 2,2%, o equivalente a mais 79 mil vagas.
"Tem que esperar para ver o que acontece em fevereiro e março. A não ser que haja alguma intempérie no cenário econômico, a expectativa é que seja no primeiro trimestre que se resolva essa problemática da indústria, se vai contratar ou demitir", contou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Outro setor com bom resultado no mês foi o de Outros serviços, com expansão de 0,8% nas vagas ante dezembro (34 mil ocupados a mais) e crescimento de 5,3% em relação a janeiro de 2012 (216 mil novas vagas). "O que tem dentro desse grupamento é hospedagem, alimentação, turismo", enumerou Azeredo.
Na passagem de dezembro para janeiro, no entanto, houve dispensa de trabalhadores na Construção (95 mil postos de trabalho perdidos), Comércio (96 mil empregados dispensados), Serviços prestados a empresas (19 mil vagas a menos), Educação, saúde e administração pública (80 mil trabalhadores dispensados) e Serviços domésticos (88 mil ocupados a menos).
Segundo o gerente do IBGE, as quedas mais expressivas foram na Construção e nos Serviços domésticos. A explicação para o encolhimento das vagas na construção ainda depende de novas leituras da pesquisa, mas no trabalho doméstico há influência da própria dinâmica do mercado de trabalho, com mais oportunidades para os trabalhadores e consequentemente um encarecimento do serviço.
"Nenhum rendimento aumentou tanto em um ano quanto o do trabalho doméstico (a alta foi de 6,0% em janeiro de 2013 ante janeiro de 2012). Então isso tem influência no custo. Há um processo de escolarização acontecendo, o mercado de trabalho se ampliando, os trabalhadores domésticos conseguindo se inserir em outros grupamentos que têm melhores condições de trabalho", explicou Azeredo.