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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h22.
Em outubro de 2002, a produção industrial brasileira cresceu pelo quinto mês consecutivo. Segundo o IBGE, na comparação com o mês anterior, a taxa foi de 1,7%, e em relação a outubro de 2001, foi de 8,9%. Com isso, o indicador acumulado no ano passou de 1,1%, no período janeiro-setembro, para 1,9% no período janeiro-outubro. O indicador acumulado nos últimos doze meses cresceu 0,9%, sua primeira marca positiva desde março deste ano. Indústria já acumula crescimento de 4,6% desde junho. Esse nível de produção é o mais alto desde março de 2001. E o aumento de produção é mais evidente na comparação com 2001.
Para o instituto, os índices de outubro confirmam a fase de suave crescimento do ritmo industrial que, embora liderado por bens intermediários (setor relativamente mais articulado às exportações e ao dinamismo da agropecuária), já atinge também os segmentos de bens de consumo (duráveis e não duráveis), relativamente mais sensíveis aos estímulos da demanda interna.
"Observa-se que, na margem, o crescimento tem um perfil mais generalizado; isto é, tanto na comparação com igual mês do ano anterior, onde há uma forte influência da base de comparação fraca, como em relação ao mês imediatamente anterior, há um maior número de setores com desempenho positivo", afirma o IBGE.
O aumento na produção de 1,7%, na série livre de influências sazonais, entre setembro e outubro deste ano, é o quinto consecutivo neste tipo de comparação. Assim, desde que retomou o crescimento, em junho, a indústria já acumula aumento de produção de 4,6%, sendo que nos dois últimos meses o acréscimo foi de 2,8%. Na comparação outubro 2002/ setembro 2002, 16 dos 20 ramos pesquisados e as quatro categorias de uso obtiveram taxas positivas.
Por ramos industriais, vale citar os resultados positivos de: material de transporte (6,7%), metalúrgica (3,3%), mecânica (2,9%) e produtos alimentares (1,0%). A indústria de material de transporte, que nos dois últimos meses elevou seu patamar de produção em 19,8%, chega em outubro com o nível mensal mais alto desde novembro de 1997. Negativamente destacam-se: vestuário (-4,3%), têxtil (-2,3%) e material elétrico e de comunicações (-0,6%). Este último ramo industrial apresenta queda neste tipo de indicador há quatro meses, tendo acumulado queda de 5,2% neste período.
Por categorias de uso, observa-se que bens de capital (4,2%) e bens de consumo duráveis (5,0%) alcançaram taxa acima da média da indústria geral, enquanto bens intermediários (0,7%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,3%) crescem, mas abaixo da média. Os seguidos avanços da produção nos últimos meses levaram a que, em outubro, as categorias de uso atingissem patamares elevados de produção. No segmento de bens de capital, outubro último registra o nível mensal mais elevado desde maio de 2001; em bens intermediários, este é o mês de maior atividade desde janeiro de 2001; para os bens de consumo duráveis foi registrada a maior produção desde maio de 2002; enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis tem em outubro o segundo mais alto nível de produção do ano, ficando abaixo do observado em janeiro.
É no confronto com igual mês do ano anterior que a produção mostra taxas mais significativas, uma vez que é influenciada pela base de comparação declinante, mas também pelo crescimento observado ao longo dos últimos meses apurados para 2002. Assim, o índice mensal passa de 5,5%, em setembro, para 8,9% neste mês de outubro. Vale destacar que, mesmo comparada a outubro de 2000, momento em que a trajetória do setor industrial era nitidamente ascendente, a produção de outubro de 2002 revela expansão de 5,5%.
Dos vinte ramos pesquisados, apenas três apresentam queda: têxtil (-1,5%), vestuário (-4,3%) e material elétrico e de comunicações (-7,9%). Entre os que crescem, os de maior impacto sobre o resultado global são, pela ordem: extrativa mineral (22,3%), mecânica (20,3%), material de transporte (20,7%), metalúrgica (10,3%) e produtos alimentares (8,5%). Nestas indústrias, os itens que mais se destacaram foram, respectivamente: petróleo e minério de ferro; equipamentos de ar condicionado central e tratores agrícolas; automóveis e vagões ferroviários; ferro e aço fundido e chapas de aços inoxidáveis; e suco de laranja e açúcar cristal.
Entre as categorias de uso, o segmento de bens de consumo duráveis avança 17,2% em outubro, relativamente a igual mês do ano anterior, impulsionado sobretudo pelos 35,0% de aumento na automobilística. Também com taxa acima da média industrial, a área de bens intermediários atinge crescimento de 9,9%, com vários de seus subsetores superando os 10% de expansão: alimentos e bebidas elaborados para a indústria (15,2%); combustíveis e lubrificantes básicos (24,6%); peças e acessórios para bens de capital (20,7%) e peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (12,4%).
Os setores de bens de capital (3,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (3,3%) ficam com taxas abaixo da média geral. No caso de bens de capital, destacam-se positivamente as máquinas para o setor agrícola (29,1%), os bens de capital para fins industriais (13,3%) e para o setor transporte (11,1%) Negativamente, a principal pressão vem dos equipamentos para o setor de energia elétrica (-55,3%) Entre os semiduráveis e não duráveis, a liderança do crescimento fica com o subsetor de alimentos e bebidas elaborados para o consumo doméstico (6,6%), onde destacam-se produtos tipicamente de exportação, como o suco de laranja e a carne de bovino congelada.
Os índices de médias móveis trimestrais mostram que, no trimestre encerrado em outubro, a indústria atingiu o nível mais alto de produção desde março de 2001. É nítida a trajetória de recuperação delineada nos índices de bens intermediários, consumo duráveis e não duráveis. Na área de bens de capital há uma estabilização no nível de produção.
O indicador acumulado para o período janeiro-outubro mostra acréscimo de 1,9%, com a extrativa mineral crescendo 13,0% e a indústria de transformação 0,6%, seu primeiro resultado positivo de 2002. Os principais impactos vêm do dinamismo das indústrias extrativa mineral (13,0%), mecânica (7,0%) e de produtos alimentares (4,6%). A principal pressão negativa vem da queda de 11,7% assinalada pela indústria de material elétrico e de comunicações.