Economia

Indicadores apontam ritmo de crescimento abaixo do esperado, diz BC

Roberto Campos Neto, presidente do banco, afirmou precisar de tempo para analisar atividade econômica antes de mudanças na taxa básica de juros

Campos Neto: presidente do BC falou em cautela para taxa de juros (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Campos Neto: presidente do BC falou em cautela para taxa de juros (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 8 de abril de 2019 às 15h16.

Última atualização em 9 de abril de 2019 às 09h26.

Brasília - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta segunda-feira que o BC precisa de tempo para analisar a fundo a atividade econômica antes de eventual mudança de rota nas decisões sobre os juros básicos.

Em apontamentos publicados pelo BC por ocasião de sua participação no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre (RS), Campos Neto reiterou a importância da manutenção de "cautela, serenidade e perseverança" na condução da política monetária, mensagem que vem sendo repetida pelo BC em suas últimas comunicações.

Com a Selic estacionada na mínima histórica de 6,5 por cento há mais de um ano, ele reafirmou que o balanço de riscos para a inflação mostra-se simétrico, em meio a um ritmo de crescimento econômico aquém do esperado, mas repetiu que o BC precisa de mais tempo para avaliar o cenário antes de eventuais ajustes nos juros básicos.

"É importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no ano passado", disse Campos Neto.

"Esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo", completou ele.

Nesta segunda-feira, economistas ouvidos pelo BC na pesquisa Focus reduziram mais uma vez suas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB), passando a ver expansão de 1,97 por cento neste ano e de 2,7 por cento no próximo.

Agenda BC+

Segundo o presidente do BC, "índices gerenciais" estão sendo criados pela autoridade monetária para medir e estabelecer objetivos claros para a capitalização de mercado proveniente de fontes privadas e a penetração do microcrédito e do cooperativismo nas populações alvo dessas modalidades.

O BC também está fazendo o mesmo para analisar o dispêndio em burocracia no acesso a mercados, o grau de intermediação financeira e a inclusão de diferentes grupos demográficos nos mercados financeiros.

A ação vem a reboque da reavaliação e ampliação da chamada Agenda BC+, que sob a gestão de Campos Neto terá como foco especial avançar no "desenvolvimento pleno" do mercado de capitais, "com base no livre mercado".

Em sua fala, ele voltou a mencionar a necessidade de um BC preparado para um futuro tecnológico e inclusivo, citando o domínio de ferramentas como blockchain, serviços de computação em nuvem, inteligência artificial e digitalização.

Em outra frente, Campos Neto ressaltou a importância do Congresso aprovar a autonomia formal do BC em lei.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralJurosRoberto Campos Neto

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação