Nirmala Sitharaman: Empresas domésticas vão pagar um imposto de 22% comparado à alíquota anterior de 30%, disse a ministra das Finanças da Índia, na sexta-feira (Ramesh Pathania/Mint/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 21 de setembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 21 de setembro de 2019 às 08h00.
O governo da Índia reforçou as medidas para estimular o crescimento econômico com um surpreendente corte de US$ 20 bilhões em impostos. Com isso, a carga tributária de empresas agora é uma das mais baixas da Ásia.
As empresas domésticas vão pagar um imposto de 22% comparado à alíquota anterior de 30%, disse a ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, na sexta-feira. A alíquota efetiva, que inclui todos os impostos adicionais, será de 25,2%, sendo aplicada a empresas que não usufruam de incentivos ou isenções.
Empresas abertas a partir de 1º de outubro vão pagar 15% de imposto e uma alíquota efetiva de 17,01%, disse Sitharaman, o mesmo nível que em Cingapura.
A Índia se une à Indonésia na redução de impostos sobre empresas, em um momento em que economias asiáticas competem entre si para atrair empresas que procuram locais de fabricação alternativos para escapar da guerra comercial EUA-China.
A perda de receita de 1,45 trilhão de rupias (US$ 20,5 bilhões) com a mudança vai testar a meta de Sitharaman de reduzir o déficit fiscal para 3,3% do PIB este ano, apesar do superávit acima de US$ 24 bilhões do Banco Central da Índia.
"Estamos conscientes do impacto que tudo isso terá sobre nosso déficit fiscal", disse a ministra, sem dar mais detalhes.
“Os cortes de impostos provavelmente aumentarão o investimento privado e poderão atrair muito mais investimento direto estrangeiro. Qualquer escorregada fiscal provavelmente será limitada no curto prazo, uma vez que uma flutuabilidade fiscal mais forte impulsionará o crescimento,” disse Abhishek Gupta, economista para a Índia da Bloomberg.
(Com a colaboração de Debjit Chakraborty, Ameya Karve, Subhadip Sircar, Anirban Nag, Anurag Kotoky, Matt Turner, Dhwani Pandya e Subramaniam Sharma).