Economia

Índia considera uso de carro particular como táxi contra trânsito

O instituto indiano fechou parcerias com empresas que incluem o Uber para avaliar o impacto econômico e ambiental do uso de carros particulares

Trânsito em Mumbai: o governo indiano quer reduzir a propriedade particular de automóveis (Danish Siddiqui/Reuters)

Trânsito em Mumbai: o governo indiano quer reduzir a propriedade particular de automóveis (Danish Siddiqui/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2017 às 18h06.

Nova Déli - A Índia está avaliando o uso de veículos privados como táxis em um esforço para reduzir o número de carros particulares nas ruas e controlar os congestionamentos crescentes nas principais cidades, disseram à Reuters fontes com conhecimento do assunto.

Um instituto de estudos da Índia, que é presidido pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fechou parcerias com empresas que incluem o Uber Technologies para avaliar o impacto econômico e ambiental do uso de carros particulares, disse um funcionário do governo envolvido no processo.

Aumentar a disponibilidade de carros que podem ser usados como táxis seria uma novidade bem-vinda para o Uber e para seu rival local Ola, que tem apoio do SoftBank, embora possa aumentar as tensões com os operadores de táxis que tipicamente pagam taxas mais elevadas por licenças comerciais e enfrentam testes de veículos mais rigorosos.

O governo indiano quer reduzir a propriedade particular de automóveis, disse o funcionário, acrescentando que o estudo de três meses analisará as implicações de segurança, regulamentação, impostos e seguros.

Enquanto o estudo está em fase inicial, a ideia geral é estabelecer um arcabouço regulatório claro e razoável para o compartilhamento de viagens urbanas, para que as empresas possam operar na Índia sem ambiguidade, disse outra fonte envolvida no processo.

Embora o Uber tenha permissão para usar carros particulares no transporte urbano em países como Austrália e Cingapura, seu uso enfrentou oposição de operadores de táxi em algumas outras partes do mundo.

Venda de automóveis

O movimento do governo indiano pode reduzir as vendas de automóveis no país, onde o tamanho da frota particular em relação à população já é baixa quando comparada a de outros países. Há menos de 20 carros para cada 1.000 pessoas na Índia.

Maruti Suzuki, Hyundai Motor e Tata Motors estão entre os fabricantes de automóveis mais vendidos do país, que prevê ser o terceiro maior mercado de veículos do mundo até 2020.

Uber e Ola montaram suas "frotas" na Índia oferecendo incentivos, como smartphones gratuitos e bônus em dinheiro para os motoristas, mas ambos estão agora reduzindo as benesses em uma tentativa gerar lucro.

Permitir o uso de carros particulares como táxis melhoraria a oferta de veículos a um custo baixo, disseram analistas.

"Se a maioria desses carros estiver afiliada a Ola e ao Uber, é uma vitória para eles", disse Neil Shah, diretor de pesquisa do consultor Counterpoint Research.

Um porta-voz de Uber disse que compartilhar veículos particulares pode ajudar a reduzir o congestionamento e garantir o uso mais eficiente de carros.

"Estamos envolvidos com uma série de partes interessadas na Índia sobre a melhor maneira de realizar essa visão", disse.

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