Economia

Incentivos do governo aquecem vendas no varejo, diz IBGE

O corte na taxa básica de juros, a maior oferta de crédito e a inflação sob controle ajudaram no resultado, mas foi a redução do IPI o carro-chefe do sucesso no varejo


	Medidas do governo Dilma impulsionam varejo, avalia IBGE
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Medidas do governo Dilma impulsionam varejo, avalia IBGE (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 11h53.

Rio de Janeiro - A política de incentivos do governo ao consumo tem alcançado seu objetivo, mantendo as vendas do comércio varejista aquecidas, segundo Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas no varejo cresceu acima de 1% por dois meses consecutivos (1,6% em junho e 1,4% em julho).

O corte na taxa básica de juros, a maior oferta de crédito e a inflação sob controle ajudaram no resultado, mas foi a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) o carro-chefe do sucesso no resultado do varejo. Embora a atividade de veículos tenha recuado 8,9% em julho ante junho, houve uma alta de 23,9% no mês anterior. O setor de móveis e eletrodomésticos, também beneficiado pela desoneração, voltou a crescer em julho, com alta de 0,7% nas vendas, após um aumento de 5,2% em junho. "Parece que está dando resultado (a redução de IPI)", avaliou Pereira.

Entretanto, o gerente do IBGE prefere não opinar sobre se o volume de vendas voltará a ficar positivo na próxima leitura do indicador. "Esses números na margem são muito voláteis, então não tenho como dizer que o comércio deu uma engrenada olhando só os últimos dois meses. Tenho de aguardar mais para frente, ver os próximos resultados. Há uma tendência na curva (das vendas) que é de crescimento, mas não posso afirmar que no mês que vem cresça de novo", ponderou.

Em julho, apenas o segmento de livros, jornais, revista e papelaria registrou resultado negativo no varejo restrito, com queda de 0,7%. Embora o IBGE não divulgue os pesos para a formação da taxa geral do varejo nesse tipo de comparação, o aumento nas vendas de supermercados (0,8%), móveis e eletrodomésticos (0,7%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (9,7%) influenciaram o aumento de 1,4% nas vendas do comércio varejista no mês.

"Você vê resultado positivo em hipermercados, que a gente sabe que tem um peso grande na pesquisa, e em móveis e eletrodomésticos, que também tem peso alto na pesquisa. Esse aumento de 9,7% de equipamentos e materiais para escritório é uma variação alta, então provavelmente está influenciando aqui também", apontou Pereira.

As demais altas foram verificadas em combustíveis e lubrificantes (1,2%), tecidos, vestuário e calçados (2,4%), artigos farmacêuticos (0,3%), e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,3%). No varejo ampliado, as vendas de materiais de construção subiram 1,0%.

Acompanhe tudo sobre:Comércioeconomia-brasileiraEstatísticasGoverno DilmaIBGEImpostosIncentivos fiscaisIPILeãoVarejo

Mais de Economia

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte