BC: Banco Central informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,6% em abril ante março (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2014 às 11h38.
Brasília - Em meio ao cenário de juros e spreads elevados, com sucessivas altas na taxa básica de juros, a inadimplência no mercado de crédito brasileiro ficou estável pelo quarto mês seguido em abril.
No mês passado, os atrasos acima de 90 dias nos pagamentos no segmento de recursos livres ficou em 4,8 por cento, mesmo percentual desde janeiro, informou nesta quinta-feira o Banco Central.
Considerando os recursos totais no mercado de crédito brasileiro, incluindo também os recursos direcionados, a inadimplência manteve-se estável em abril, a 3 por cento, patamar visto desde dezembro passado.
No período, o spread bancário --diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final-- foi a 20,1 pontos percentuais no segmento de recursos livres, acima dos 19,9 pontos vistos em março e na quinta alta mensal seguida.
No crédito total, o spread ficou em 12,5 pontos percentuais, acima dos 12,3 pontos percentuais verificado em março.
Já a taxa média de juros no segmento de recursos livres fechou abril em 31,7 por cento ao ano, estável sobre março. No crédito total, neste período, a taxa também ficou estável, mas em 21,1 por cento.
O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,6 por cento em abril ante março, chegando a 2,777 trilhões de reais, ou 55,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Os indicadores de crédito continuaram influenciados pela alta dos juros básicos, iniciada pela autoridade monetária em abril de 2013 para controlar a escalada da inflação e que se estendeu até abril passado, quando a Selic foi a 11 por cento.
Na véspera, no entanto, o BC interrompeu esse movimento e decidiu manter a taxa, fechando o ciclo de aperto monetário que durou um ano.
"Olhando a série histórica, sempre que há mudança no ciclo monetário, há reação nas taxas ativas (de juros). Às vezes não no mesmo momento, mas a tendência é que essa elevação das taxas no ritmo observado nos últimos 12 a 13 meses não se mantenha", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.