Economia

Inadimplência do consumidor registra alta

Após dois anos de queda, inadimplência do consumidor em 2011 fechou em alta de 5,34%

Inadimplência mais alta em 2011 tem relação com a instabilidade econômica internacional e as consequências sobre a economia doméstica (CarbonNYC/Creative Commons)

Inadimplência mais alta em 2011 tem relação com a instabilidade econômica internacional e as consequências sobre a economia doméstica (CarbonNYC/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 11h04.

Brasília - Números divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que, após dois anos seguidos de queda, a inadimplência do consumidor em 2011 fechou em alta de 5,34%. Foram usados na comparação dados das consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC-Brasil).

O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avaliou que a inadimplência mais alta em 2011 tem relação com a instabilidade econômica internacional e as consequências sobre a economia doméstica, com a perda da confiança de consumidores e empresários.

Influenciaram ainda as sucessivas elevações das taxas de juros no início da ano, com o encarecimento do crédito para as famílias e a redução de financiamento de longo prazo. Em relação a 2012, a expectativa que haja redução na taxa de inadimplência. “Esperamos que ela vá desacelerar durante o ano de 2012, chegando ao final do ano, com 2,5%”, destacou.

Os números mostram também que as vendas de dezembro, no varejo, cresceram 2,42% em comparação a novembro, mas apesar do resultado positivo ficaram aquém da expectativa da CNDL, que esperava 8% de aumento. Segundo Roque Pellizzaro Junior, o resultado abaixo do esperado se deve muito ao processo inflacionário e ao fato de as pessoas destinarem o décimo terceiro ao pagamento de dívidas e não ao consumo.

Outro fator, segundo ele, é que as pessoas esperaram as liquidações dos produtos da chamada linha branca (fogões e geladeiras, por exemplo) e não fizeram as compras desses produtos antecipadamente.

Para ele, o cenário das vendas deve mudar a partir de fevereiro, quando parte dos trabalhadores começará a receber o salário-mínimo referente a dezembro de 2012. “Fevereiro será de melhora de cenário em virtude do dinheiro novo que está para entrar na economia, refente ao aumento do salário mínimo e que virá 100% para o consumo ou para o pagamento de dívidas em virtude do perfil das pessoas que recebe esse montante”, destacou. Em fevereiro, estão programadas ainda as liquidações de calçados e vestuário, que deverão, na avaliação de Pellizaro, dar bom resultado com o salário mínimo também em circulação.

O presidente da CNDL espera em 2012 um crescimento de 4,5% nas vendas a prazo, fazendo do comércio “a locomotiva que irá puxar a recuperação da economia brasileira”.

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