Inadimplência: quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias (Arquivo/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 11 de abril de 2017 às 13h50.
O volume de dívidas em atraso de pessoas físicas caiu 4,42% em março sobre o mesmo período de 2016, na menor variação da série histórica da pesquisa iniciada em 2010 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O maior recuo ocorreu no setor de comunicação (-18,10%), seguido do comércio (-6,11%), serviços de água e luz (-1,53%) e bancos (-0,05%).
No entanto, a grande concentração de inadimplência está no segmento onde a retração foi mais inexpressiva: os bancos. Quase a metade das dívidas (48,9%) é de pendências com as instituições bancárias. No comércio estão 20,5% dos débitos não quitados e na área de comunicação, (13,9%).
Apesar de ter caído o volume de dívidas, o total de inadimplentes cresceu no primeiro trimestre, somando 59,2 milhões ante 58,7 milhões em igual período de 2016.
Esse universo equivale a 39,36% da população adulta, entre 18 e 95 anos. A maior parte, mais da metade (50,12%), tem entre 30 e 39 anos.
O maior número de consumidores negativados (25,1 milhões) é da região Sudeste, seguido pelo Nordeste com 15,57 milhões; Sul (8,34 milhões); Norte (5,31 milhões) e o Centro-Oeste (4,84 milhões).
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, observou, porém, que diminuiu a intensidade do crescimento da inadimplência.
"Essa desaceleração ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e reflete tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, quanto a redução da tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir. O consumidor tem tido maior cautela com compras, além de maior dificuldade para conseguir crédito. Assim, ele se endivida menos e, com isso, torna-se mais difícil ficar inadimplente", disse.
Pinheiro informou que, na comparação de março deste ano com março do ano passado, o número de inadimplentes ficou 0,36% menor e que esta foi a primeira queda anual desde 2010.