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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h24.
A inadimplência na região metropolitana de São Paulo recuou sete pontos percentuais em maio, na comparação com abril e com maio de 2005. Com isso, a porcentagem de consumidores que possuem alguma conta atrasada baixou para 38%. Trata-se da terceira maior queda já apurada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). A redução só perde para dezembro de 2004, quando a inadimplência caiu 8 pontos, de 40% para 32%; e para setembro de 2005, quando o recuo foi de 44% para 37%.
De acordo com a pesquisa, os consumidores sofrem, tradicionalmente, com um volume extra de despesas no início do ano, como as matrículas escolares e o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Passada essa fase, sobram mais recursos para quitar pendências junto ao comércio e abater a inadimplência. Outro fator que contribuiu para a melhora dos números foi o aumento do salário mínimo, em abril. Segundo cálculos da Fecomercio, a medida injetou 1,25 bilhão de reais por mês na economia nacional. A maior parte desses recursos foi destinada à quitação de débitos em atraso. Por último, a expansão do crédito também ajudou, já que os consumidores podem tomar empréstimos mais baratos para pagar dívidas antigas.
Quanto ao nível de endividamento, maio registrou uma relativa estabilidade: 60% dos 1 000 entrevistados pela pesquisa afirmaram possuir algum tipo de dívida. Em abril, o percentual havia ficado em 61%. Em relação a maio de 2005, porém, houve crescimento de sete pontos percentuais.
A pesquisa ainda mostrou que para 40% dos entrevistados o prazo médio das dívidas varia de três meses a um ano. Para outros 35%, o prazo é superior a 12 meses; 24% declararam prazo inferior a três meses.
Apesar da queda da inadimplência, a Fecomercio aponta motivos para preocupação. Para a federação, a expansão da renda é pequena e não acompanha o crescimento do crédito, o que faz com que os consumidores empenhem mais sua renda e eleve o risco futuro de inadimplência. Em maio, os paulistanos comprometeram 37% de sua remuneração com dívidas, sendo que, em abril, haviam comprometido 35%.