Economia

Importações da China desabam em agosto e economia preocupa

Dados vão ampliar a pressão sobre as autoridades de Pequim que tentam garantir que a economia da China evite um pouso forçado


	Homem segura nota de Iuane, a moeda chinesa: as importações desabaram 13,8 por cento ante o ano anterior
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Homem segura nota de Iuane, a moeda chinesa: as importações desabaram 13,8 por cento ante o ano anterior (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 11h10.

Xangai - As importações da China caíram com força em agosto, levantando preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo e sua contribuição para o crescimento global.

Os dados vão ampliar a pressão sobre as autoridades de Pequim que tentam garantir que a economia da China evite um pouso forçado, embora elas devam achar algum consolo no fato de que seus esforços para estabilizar os mercados acionários do país tenham sido recompensados com uma alta nesta terça-feira.

As importações desabaram 13,8 por cento ante o ano anterior, bem mais do que analistas esperavam, chegando ao décimo mês seguido de queda, o que reflete tanto os preços globais de commodities mais baixos quanto a demanda fraca.

A desvalorização inesperada do iuan no começo do mês passado combinada com a desaceleração na demanda dos consumidores impactarão as perspectivas de que as importações tenham uma retomada significativa no curto prazo.

A maior parte das importações da China é de commodities e outras matérias-primas, que vão para as fábricas transformá-las em bens para venda externa, portanto a queda pode ser um mau sinal para as exportações nos próximos meses.

As exportações caíram menos do que o esperado, 5,5 por cento, mas analistas ainda duvidam que a China possa agora alcançar sua meta de crescimento comercial no final do ano, de 6 por cento.

"A desvalorização do iuan terá impacto limitado nas exportações, que estão caindo porque a demanda está fraca, não devido ao preço não ser bom", disse o chefe de pesquisa de comércio internacional da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, o instituto de pesquisa do Ministério do Comércio da China, Li Jian.

As reservas internacionais da China tiveram a maior queda mensal já registrada em agosto, refletindo os esforços de Pequim para estabilizar o iuan após sua desvalorização.

O banco central da China disse que sua intervenção no mercado cambial foi uma das razões para a queda nas reservas internacionais, acrescentando que quaisquer futuras flutuações nas reservas serão "normais".

O Banco do Povo da China disse também em comunicado nesta terça-feira que a economia chinesa pode manter um crescimento de ritmo médio a alto no longo prazo, e que a conta corrente continuará superavitária também no longo prazo.

Volumes de ações caem

As autoridades chinesas vêm tentando reassegurar os mercados financeiros de que o iuan é estável e que a turbulência recente no mercado acionário está diminuindo. As ações caíram cerca de 40 por cento desde meados de junho, com o índice de Xangai oscilando perto do nível de 3 mil pontos, sendo que estava acima de 5 mil pontos há menos de três meses.

As ações iniciaram a sessão nesta terça-feira em queda, mas tiveram alta e fecharam com avanço de quase 3 por cento --apesar dos volumes tanto em ações quanto em futuros tenham caído significativamente.

O volume no mercado de Xangai foi o menor desde fevereiro, um mês em que as negociações normalmente são baixas devido ao feriado do Ano Novo chinês. As autoridades da China têm implementado uma série de medidas para trazer um sentimento de calma de volta aos mercados acionários e reduzir a especulação de curto prazo.

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