Economia

Importação desacelera na China, pedindo mais estímulos

Dado reforça as expectativas por mais medidas do governo para estimular a economia

O esfriamento da demanda doméstica revelado pelos dados também complica os planos para reequilibrar a economia em direção a uma demanda interna maior (Getty Images)

O esfriamento da demanda doméstica revelado pelos dados também complica os planos para reequilibrar a economia em direção a uma demanda interna maior (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 10h29.

Pequim - As exportações e as importações da China tiveram em dezembro o menor crescimento em mais de dois anos, com redução na demanda externa e doméstica, segundo dados divulgados nesta terça-feira, reforçando expectativas por mais medidas do governo para estimular a economia.

O crescimento anual de 13,4 por cento registrado nas exportações ficou em linha com as previsões, mas foi o menor desde novembro de 2009, quando desconsiderada a distorção causada em fevereiro pelos feriados do Ano-Novo Lunar.

No entanto, o que prendeu a atenção dos investidores foi uma grande surpresa negativa nas importações, que cresceram apenas 11,8 por cento na comparação anual, a menor taxa em 26 meses. Economistas ouvidos pela Reuters previam alta de 17 por cento.

Apesar da redução nas taxas de crescimento, o valor total das importações e exportações da China terminou 2011 na máxima recorde de 3,6 trilhões de dólares. Mas o superávit comercial caiu a 155 bilhões de dólares, a menor quantia em três anos, contra 183,1 bilhões em 2010.

Os dados sobre o comércio em dezembro são essenciais para uma série de indicadores que serão divulgados nas próximas duas semanas, inclusive o Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos três meses de 2011, que deve mostrar que a segunda maior economia do mundo sofreu o pior trimestre em dois anos e meio.

O esfriamento da demanda doméstica revelado pelos dados também complica os planos do governo do Partido Comunista para reequilibrar a economia em direção a uma demanda interna maior e uma maior importação por parte dos consumidores.

Para compensar a baixa procura vinda dos Estados Unidos e da Europa, os dois maiores mercados de exportação da China, Pequim cortou o depósito compulsório dos bancos em 0,50 ponto percentual em novembro, para 21 por cento. Foi a primeira redução do tipo em três anos, para incentivar as linhas de crédito corporativo.

De fato, dados publicados no domingo mostraram que a oferta monetária M2 teve a maior expansão em quatro meses em dezembro, sugerindo que Pequim está injetando dinheiro no sistema financeiro para melhorar as condições de crédito e estimular a economia.

De acordo com uma pesquisa da Reuters, a China pode baixar o depósito compulsório em mais 2 pontos em 2012, mas um corte na taxa básica de juros só é provável se o crescimento econômico cair abaixo de 8 por cento.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércioComércio exteriorCrise econômicaCrises em empresasExportaçõesImportações

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs