O valor de 42 mil euros não será considerado no caso de setores econômicos que tenham 'escassez de gente qualificada' (Christophe Simon/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 20h47.
Londres - Uma nova norma anunciada nesta quarta-feira pelo governo britânico indicou que apenas os imigrantes não comunitários com um salário de pelo menos 42 mil euros anuais poderão solicitar a residência permanente no Reino Unido.
Dessa forma, o Executivo de David Cameron quer reduzir de 60 mil para 20 mil o número de imigrantes e suas famílias de fora da União Europeia (UE) que se estabelecem de forma permanente após cinco anos de trabalho no país.
Com as mudanças na legislação, que entrarão em vigor em abril de 2016, os imigrantes não comunitários cujo salário seja inferior a essa quantia terão que deixar o Reino Unido após cinco anos.
'No futuro, exerceremos mais controle para garantir que fiquem apenas os melhores e mais inteligentes', disse nesta quarta-feira a ministra do Interior, Theresa May, em uma declaração escrita ao Parlamento.
No entanto, o valor de 42 mil euros não será considerado no caso de setores econômicos que tenham 'escassez de gente qualificada' e não será aplicado a cientistas e estudantes de doutorado, afirmou.
A entrada de trabalhadores domésticos também se restringirá aos que viajarem com seus chefes, como no caso de diplomatas e empresários que estejam temporariamente no Reino Unido e não possam mudar de emprego nem solicitar residência.
Quanto aos estudantes, que representam uma grande porcentagem entre os imigrantes, só poderão ficar no Reino Unido após o término de seus estudos universitários se conseguirem um trabalho remunerado com um salário de no mínimo 23,8 mil euros anuais.
Essa é a primeira vez que o Reino Unido fixa um critério econômico para decidir sobre a permissão de residência, que até o momento era concedida se os interessados, frequentemente com família e filhos, comprovassem que se estabeleceram no país.
O objetivo do governo é diminuir a imigração líquida anual do atual nível de 250 mil pessoas para menos de 100 mil em 2015, o que foi questionado por setores políticos e empresariais pelo efeito que pode gerar na economia.