Ilan Goldfajn: presidente do BC disse que não acredita que 4,5% seja a meta de equilíbrio de longo prazo para o Brasil (Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 09h50.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sinalizou em entrevista ao jornal britânico Financial Times o desejo de que a meta de inflação brasileira seja reduzida após 2018.
Goldfajn também disse à publicação que uma de seus objetivo no cargo é reduzir o estoque de swaps cambiais do atual patamar - próximo de US$ 60 bilhões - para zero e contar mais com as reservas internacionais para oferecer confiança ao mercado de câmbio.
Ilan Goldfajn repetiu ao jornal britânico que a trajetória da inflação é descendente e convergir para a meta em 2017 está "completamente ao nosso alcance".
Uma vez com a inflação em 4,5%, o presidente do BC defende que o Brasil deve considerar uma meta menor após 2018. Ao jornal, Goldfajn disse que não acredita que 4,5% seja a meta de equilíbrio de longo prazo para o Brasil.
Na entrevista, o presidente do BC também defendeu a alteração de algumas condições do mercado de câmbio. Goldfajn citou que um de seus objetivos à frente do BC é reduzir o estoque de swaps cambiais que atualmente estão em torno de US$ 60 bilhões para zero.
Nessa estratégia, o economista defende que o Brasil conte mais com as reservas internacionais de US$ 370 bilhões para oferecer confiança aos mercados.
Goldfajn disse que é "saudável" reduzir o estoque de swaps cambiais e argumentou que o uso desse instrumento gera a percepção de maior vulnerabilidade à depreciação cambial e também a sensação de que o Banco Central intervém muito no mercado. "Eu acho que é saudável que você mantenha apenas as reservas no balanço", disse ao FT.
O presidente do BC também afirmou ao FT que o governo do presidente interino Michel Temer prepara uma emenda constitucional para dar "autonomia operacional" à instituição.