Ilan Goldfajn: segundo ele, na próxima reunião do comitê, nos dias 19 e 20 de junho, serão analisadas as condições da economia, especialmente projeções (Andrew Harrer/Bloomberg/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de junho de 2018 às 20h37.
Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, descartou a possibilidade de realização de reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) para mexer na taxa de juros como reação à disparada na taxa de câmbio.
Goldfajn ressaltou que as políticas monetária e cambial não têm relação mecânica entre si e rechaçou o uso dos juros para controlar a taxa de câmbio.
"A decisão do Copom é tomada a cada reunião, que ocorre a cada 45 dias", disse o presidente do BC. Segundo ele, na próxima reunião do comitê, nos dias 19 e 20 de junho, serão analisadas as condições da economia, especialmente projeções. Também serão considerados o impacto de choques recentes.
"O impacto de choques recentes na política monetária ocorre através de efeitos secundários na inflação. Esses efeitos tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade da economia e expectativas de inflação ancoradas nas metas", explicou Goldfajn.
O presidente do BC inclusive ressaltou as expectativas de inflação dentro da meta e o conjunto de reformas e ajustes promovido pelo governo no passado recente, como o teto de gastos, a aprovação da duplicata eletrônica na Câmara e a agenda BC+, como fatores positivos sobre o País.
Goldfajn destacou ainda que a autoridade monetária tem feito um esforço para indicar o que é relevante para frente. Mas ele fez questão de afirmar que o "balanço de riscos continua simétrico" e que as condições serão avaliadas. "A reação (do BC) continua simétrica", afirmou.
Ele afirmou que o BC trabalha com "serenidade" pela estabilidade financeira e monetária.