Economia

IGP-M de 2010 vai dificultar a meta oficial do ano que vem

O principal indexador da economia deve encerrar o ano com alta superior a 8% e atrapalhar a missão do BC em 2011

A missão do BC no ano que vem será árdua (.)

A missão do BC no ano que vem será árdua (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2010 às 18h00.

São Paulo - Se a projeção dos analistas para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em 2010 estiver correta, a tarefa do Banco Central de buscar o centro da meta será árdua no ano que vem. O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira eleva pela 17ª semana consecutiva a previsão para o IGP-M, que agora é de 8,53%. 

O economista da consultoria LCA Fábio Romão explica que o índice calculado pela Fundação Getúlio Vargas, embora não tenha o mesmo peso das décadas passadas, ainda influencia muito os preços administrados. O Banco Central sempre observa atentamente esse movimento, pois os preços administrados representam quase 30% do IPCA - índice oficial de inflação utilizado no regime de metas.

Em 2009, a retração de 1,72% do IGP-M aliviou os preços administrados neste ano. "Não fosse isso, o quadro inflacionário atual seria muito mais grave", afirma Romão. No ano que vêm, no entanto, o Banco Central não terá essa ajuda. O IGP-M acima de 8% vai pressionar os preços administrados, que podem subir 3,8% contra 3% neste ano, segundo projeções da LCA.

Se é verdade que os preços administrados subirão no ano que vem, então ficará mais difícil atingir o centro da meta de 4,5%? A resposta lógica seria sim, mas o economista Fábio Romão salienta que outros fatores como os juros mais altos e um crescimento menor da economia brasileira aliviarão os índices de preços. "Além disso, não teremos no ano que vem o impacto gerado pelo retorno do IPI no setor de bens duráveis, que já estará com a sua alíquota normal".

Além da pressão causada pelo IGP-M, outro risco inflacionário em 2011 é a retomada dos preços das commodities a partir da recuperação da economia mundial. "Mas não deve acontecer nada parecido com os patamares recordes observados no período pré-crise", diz Romão.

Leia mais: Aluguel deve ser vítima da alta da inflação esperada para 2010

Leia mais: IGP-M sobe 0,47% na 1ª prévia de maio

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomInflaçãoJurosMercado financeiro

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês