Economia

IGP-10 de outubro cai 1,04% puxado por combustíveis e energia, revela FGV

As altas nos preços da passagem aérea, aluguel residencial e plano de saúde lideraram o ranking de pressões sobre a inflação ao consumidor medida pelo índice de outubro

Inflação: IGP-10 acumulou um aumento de 6,33% no ano.. (Malte Mueller/Getty Images)

Inflação: IGP-10 acumulou um aumento de 6,33% no ano.. (Malte Mueller/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 10h11.

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) recuou 1,04% em outubro, após a queda de 0,90% em setembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 18. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma queda desde 1,25% a 0,20% com mediana negativa de 1,02%.

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de outubro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram redução de 1,44%, ante uma queda de 1,18% em setembro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram alta de 0,17% em outubro, após o recuo de 0,14% em setembro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 0,01% em outubro, depois de recuar 0,02% em setembro.

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O IGP-10 acumulou um aumento de 6,33% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 7,44%. O período de coleta de preços para o indicador de outubro foi do dia 11 de setembro a 10 deste mês.

As altas nos preços da passagem aérea (17,70%), aluguel residencial (1,38%) e plano de saúde (1,15%) lideraram o ranking de pressões sobre a inflação ao consumidor medida pelo IGP-10 de outubro.

Cinco das oito classes de despesas do IPC-10 registraram taxas de variação mais elevadas: Transportes (de -2,97% em setembro para -2,17% em outubro), Habitação (de 0,08% para 0,64%), Alimentação (de -0,24% para 0,11%), Comunicação (de -0,88% para -0,61%) e Despesas Diversas (de 0,15% para 0,19%).

As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de -9 66% para -7,09%), tarifa de eletricidade residencial (de -1,54% para -0,24%), hortaliças e legumes (de -4,83% para 4,05%), tarifa de telefone residencial (de -3,45% para 2,77%) e alimentos para animais domésticos (de -0,62% para 1,04%).

Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Educação, Leitura e Recreação (de 4,00% para 3,36%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,83% para 0,69%) e Vestuário (de 0,68% para 0,37%). Houve influência dos itens: passagem aérea (de 25 14% para 17,70%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,65% para 0,88%) e roupas (de 0,80% para 0,26%).

Deflação no atacado

O recuo nos preços do leite e dos combustíveis puxou a deflação no atacado que integra o IGP-10 de outubro, informou a Fundação Getulio Vargas. O ranking de maiores influências negativas no atacado foi liderado pelo leite in natura (-7,21%), seguido por óleo diesel (-4,22%), adubos ou fertilizantes (-8,94%), gasolina automotiva (-5,90%) e bovinos (-3,15%).

"Leite e combustíveis foram os grandes destaques para a inflação ao produtor e ao consumidor. No IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), as maiores contribuições para a queda do índice foram leite in natura (-7,21%) e óleo Diesel (-4,22%)", afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Já no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o recuo registrado em gasolina (-7,09%) e leite tipo longa vida (-11,36%) conteve parcialmente o ritmo de aceleração do indicador, "que sob a influência do setor serviços, principalmente das passagens aéreas (+17,70%) e do aluguel residencial (+1,38%), volta a acelerar", completa Braz.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) saiu de uma queda de 1,18% em setembro para um recuo de 1,44% em outubro.

Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais passaram de -0,52% em setembro para -0,30% em outubro, tendo como principal contribuição o subgrupo alimentos in natura cuja taxa saiu de 1,16% para 6,16%.

O grupo Bens Intermediários passou de -1,72% em setembro para -2 14% neste mês, puxado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa saiu de -0,36% para -1,70%.

O grupo Matérias-Primas Brutas intensificou a queda de -1,17% no mês passado para -1,69% em outubro, sob influência dos itens: leite in natura (de -0,18% para -7,21%), algodão em caroço (de 4 32% para -7,32%) e café em grão (de 0,89% para -2,33%). Houve desaceleração no ritmo de queda do minério de ferro (de -4,48% para -0,52%), soja em grão (de -1,44% para -0,86%) e bovinos (-4 10% para -3,15%).

Construção

A alta no custo da mão de obra impediu uma deflação na construção dentro do IGP-10. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de um recuo de 0,02% em setembro para uma alta de 0,01% em outubro. O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma redução de 0,19% em setembro para uma queda de 0,22% em outubro. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram queda de 0,32% em outubro, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0 27% no mês. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,17% em setembro para uma elevação de 0 25% em outubro.

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