Economia

Idade mínima entre os sexos deve ser igualada no futuro, diz secretário

Leonardo Rolim, que também ajudou a formular a proposta de Armínio Fraga e Paulo Tafner, defende que governo ataque fraudes na aposentadoria rural

Leonardo Rolim é secretário-adjunto de Previdência no governo Bolsonaro (Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados/Divulgação)

Leonardo Rolim é secretário-adjunto de Previdência no governo Bolsonaro (Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados/Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 20h13.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 20h23.

As vésperas da apresentação do texto da reforma pelo governo, o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, defendeu uma idade mínima igual para ambos os sexos, com transição suave.

Segundo ele, mulheres estão ganhando espaço no mercado de trabalho de forma rápida e crescente nas últimas décadas. “Olhando para as gerações mais jovens, não faz sentido manter diferença de idade”, disse em entrevista.

Especialista no tema, Rolim foi um dos formuladores da proposta de reforma feita pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga junto com o economista Paulo Tafner.

Atualmente responsável pela formulação técnica da reforma, Rolim avalia que o governo deve se concentrar em alterar o regime para quem está ativo economicamente, mas reforça que não se pode esquecer os já aposentados. “Foco da reforma tem que ser na idade economicamente ativa, mas temos que proteger a velhice de todos.”

Ao olhar para a Previdência rural, tema que exige cuidado pelo elevado déficit, o secretário reforçou que o maior problema está no estoque dos trabalhadores rurais já estão aposentados - um ponto específico que não tem como ser abordado na reforma do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, 30% das aposentadorias rurais são concedidas pelo Judiciário, já que o sistema é frágil e dificulta a fiscalização e a validação da aposentadoria por parte do INSS.

Por isso, Rolim defende que o governo ataque as fraudes nos trabalhadores do campo, como na Medida Provisória que já foi enviada ao Congresso.

O ideal seria que a reforma deste governo zerasse o déficit previdenciário, mas segundo Rolim ainda não é possível estimar o prazo para que isto ocorra porque depende do modelo a ser adotado.

Seguindo orientação do ministro da Economia, Paulo Guedes, Rolim diz que a reforma da Previdência atuará em duas frentes, como dois aviões: um novo, equilibrado atuarialmente, e um outro antigo, mas capaz de fazer o pouso mais tranquilo possível. “Mas se nada for feito, o segundo avião vai ficar sem combustível e vai cair.”

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