Economia

ICVA mostra varejo estável, mas prevê pior ano desde 2003

As vendas reais do comércio varejista ficaram estáveis em abril na comparação anual, segundo índice da Cielo, que aponta que o ano tende a ser o pior desde 2003


	Varejo: considerando os efeitos de calendário, as vendas reais subiram 1,1% sobre um ano antes
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Varejo: considerando os efeitos de calendário, as vendas reais subiram 1,1% sobre um ano antes (.)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 16h42.

São Paulo - As vendas reais do comércio varejista brasileiro ficaram estáveis em abril na comparação anual, descontando efeitos de calendário, segundo índice ICVA da empresa de meios de pagamentos eletrônicos Cielo, apontando para um ano que tende a ser o pior para o setor desde 2003.

Considerando os efeitos de calendário, as vendas reais subiram 1,1 por cento sobre um ano antes. "Os resultados mostram, portanto, que a tendência de desaceleração do varejo ampliado, observada nos últimos meses, foi mantida em abril", disse a Cielo.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) divulgou que as vendas no varejo brasileiro encerraram o primeiro trimestre com o resultado mais fraco em 12 anos, num sinal do peso que a fraqueza econômica vem tendo sobre o setor.

De acordo com Rodrigo Baggi, economista da Tendências Consultoria, 2015 deverá ser um dos piores anos para o varejo e para o consumo das famílias desde 2003, ano a partir do qual o setor passou a crescer em ritmo mais acelerado que a economia.

"Vários fatores motivam chegar a um cenário pessimista para 2015. Em primeiro lugar, há ajuste da renda das famílias considerável, houve realinhamento de preços administrados no começo do ano", disse Baggi durante a apresentação dos números do ICVA.

"Isso teve efeito no poder de compra dos consumidores, há aperto do crédito e aumento da taxa de juros que encarece financiamentos", completou.

Segundo o economista, não há perspectiva de que esse cenário irá mudar no curto prazo. "Ainda veremos alguns meses de varejo estagnado e mesmo caindo."

Os setores relacionados a bens não duráveis, que vinham apresentando mais fôlego nos últimos meses, mostraram sinais de deterioração no ICVA deflacionado com ajustes de calendário em abril.

Supermercados e hipermercados e varejo alimentício especializado tiveram um desempenho mais fraco do que em março.

O destaque positivo foi mais uma vez Drogarias e Farmácias, que teve crescimento de dois dígitos mesmo depois de descontada a inflação, disse a Cielo.

Já o bloco de setores de bens duráveis e semiduráveis apresentou, na média, retração no ICVA deflacionado em abril, com desaceleração na receita de vendas, como foi o caso de vestuário, eletroeletrônicos, móveis e decoração e lojas de departamento.

Em serviços, o grupo de turismo, composto por aluguel de veículos, hotéis e agências e operadoras de viagem (excluindo companhias aéreas), cresceu em ritmo mais lento que em março.

Alimentação em bares e restaurantes desacelerou em relação ao mês anterior e caiu na comparação anual.

O índice da Cielo é calculado a partir da base de 1,6 milhão de pontos de venda ativos credenciados à empresa em todo o Brasil.

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