Economia

Ibre/FGV não vê tendência de mais desemprego

No mês passado, o ICD, que corresponde à variação das taxas de desemprego entre dois meses, avançou 2,7%


	Desemprego: a afirmação do economista da FGV contraria a interpretação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não reconhece o pleno emprego
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Desemprego: a afirmação do economista da FGV contraria a interpretação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não reconhece o pleno emprego (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 13h29.

Rio de Janeiro - A economia brasileira vive hoje uma situação de pleno emprego, segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Fernando Barbosa Filho. Isso apesar de o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) ter mostrado mais desemprego em janeiro.

No mês passado, o ICD, que corresponde à variação das taxas de desemprego entre dois meses, avançou 2,7%. Em dezembro, a taxa foi de -2,4%. A elevação do porcentual indica mais desemprego.

A afirmação do economista também contraria a interpretação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não reconhece o pleno emprego.

Apesar do resultado, o Barbosa disse que não foi observada nenhuma grande tendência de mudança no mercado de trabalho, que permanece em expansão. "O mercado continua aquecido. A pequena elevação (da taxa de desemprego) observada em janeiro (do ICD) é fruto só do início do ano", salientou.

O economista da FGV argumentou que os salários estão crescendo acima da produtividade, o que comprovaria um cenário de pleno emprego. "Isso vai gerar problema para as empresas. O mercado só pode responder jogando gasolina na inflação. A tendência é que a pressão nos preços de serviços devido ao mercado de trabalho apertado continue. A indústria não deve ter refresco do mercado de trabalho neste ano", afirmou.

A pressão do trabalho sobre as empresas e também sobre a inflação é uma consequência inevitável a ser assumida pelo governo, disse Barbosa. "O Tombini (presidente do Banco Central) e o Mantega (ministro da Fazenda) têm leituras opostas sobre o mesmo fenômeno (inflação). Eles têm que se entender sobre a política", alertou o economista do Ibre/FGV.

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