Economia

IBGE suspende pesquisa presencial de preços que compõe dados da inflação

Instituto busca alternativas para coletas de preços; pesquisa sobre dados do desemprego também foram interrompidas

Inflação: parte da coleta já era feita pela internet (Jacobs Stock Photography Ltd/Getty Images)

Inflação: parte da coleta já era feita pela internet (Jacobs Stock Photography Ltd/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2020 às 11h02.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 11h08.

A pandemia de coronavírus fez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) suspender a coleta de preços presencial em estabelecimentos de varejo para o cálculo dos indicadores de inflação do órgão.

O cancelamento da coleta presencial se refere ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E), Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e aos índices e preços do Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil (INCC/SINAPI).

O IPCA serve como referência para o sistema de metas de inflação adotado pelo Banco Central. Parte da coleta do índice de preços já é feita pela internet, mas parte ainda é presencial, com visitas de agentes aos estabelecimentos. Segundo o IBGE uma solução que substitua a coleta presencial ainda está em estudo.

"O IBGE segue estudando alternativas para a realização da pesquisa de modo que não envolvam a coleta de preços, presencialmente, nos locais de compra. Toda e qualquer opção ou possibilidade serão, antes, testadas e validadas para assegurar os padrões de qualidade e excelência do corpo técnico do IBGE, tendo em vista a série histórica dos dados", informou o IBGE, em nota.

Na terça-feira, o IBGE já tinha anunciado o adiamento da realização do Censo Demográfico de 2020 para o ano 2021. A coleta de dados do levantamento censitário em todos os lares brasileiros, que começaria no dia 1º de agosto deste ano, agora terá início em 1º de agosto de 2021, com duração de três meses.

O órgão cancelou o processo seletivo já aberto para a contratação de mais de 200 mil trabalhadores temporários, que teria provas nos próximos dias 17 e 24 de maio para as vagas de recenseadores e supervisores.

O IBGE previa atrair mais de dois milhões de candidatos ao concurso público. Os candidatos que fizeram o pagamento da inscrição no concurso serão reembolsados, conforme orientações que serão publicadas nos próximos dias.

O órgão também considerou a impossibilidade de realização de toda a cadeia de treinamentos para a operação censitária em tempo hábil para ir a campo. A primeira etapa começaria de forma centralizada em abril de 2020, para posteriormente ser replicada em polos regionais até o mês de julho.

O IBGE também suspendeu a coleta domiciliar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). A pesquisa divulga dados sobre o mercado de trabalho e a taxa de desemprego no País.

A decisão também levou em consideração "o quadro de emergência da saúde pública causado pelo COVID-19 e as orientações do Ministério da Saúde". De acordo com a nota, o instituto ainda buscava alternativas para a realização da pesquisa sem envolver visitas aos domicílios brasileiros.

Conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os dados da Pnad Contínua até o trimestre encerrado em fevereiro de 2020 já foram coletados e serão divulgados dentro da normalidade. Um eventual prejuízo à coleta de dados sobre o mercado de trabalho poderia prejudicar a série histórica da pesquisa a partir de março.

Segundo o órgão, as demais pesquisas econômicas em curso no IBGE não envolvem entrevistas presenciais, apenas internet e telefone e, portanto, continuam normalmente.

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