Economia

IBGE: resultado da indústria indica acomodação

Rio de Janeiro - A estabilidade (variação zero) na produção industrial brasileira em maio ante abril deve ser vista como "uma acomodação", segundo avalia o técnico da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. "A indústria se encontra muito próxima do seu patamar mais elevado, que foi em março de 2010, e agora atinge uma […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Rio de Janeiro - A estabilidade (variação zero) na produção industrial brasileira em maio ante abril deve ser vista como "uma acomodação", segundo avalia o técnico da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. "A indústria se encontra muito próxima do seu patamar mais elevado, que foi em março de 2010, e agora atinge uma acomodação", diz.
 
Segundo ele, algumas atividades que mostraram pressões negativas em maio, identificadas sobretudo com bens de consumo semi e não duráveis, podem justificar o resultado de maio abaixo das projeções do mercado. "É preciso esperar os resultados seguintes para ter uma visão mais exata de como está se comportando o setor industrial", acrescentou.

Macedo cita, por exemplo, a paralisação técnica e programada em maio que atingiu o setor de refino de petróleo e álcool (que tem uma parte de sua composição, a gasolina, na categoria de semi e não duráveis), levando a uma queda de 4,6% nessa atividade em maio ante abril.

Outro exemplo citado é a queda, também de 4,6%, na indústria farmacêutica no mesmo período, também vista como uma acomodação depois de vários meses de crescimento; há, ainda a queda de 1,7% na indústria de alimentos, que havia registrado quatro meses consecutivos de expansão em base mensal.

Segundo Macedo, o índice de média móvel trimestral, que prosseguiu em crescimento (0,8%) em maio, mostra que a indústria prossegue com tendência ascendente, apesar de alguma desaceleração no ritmo de aumento desse indicador. "Percebemos o cenário atual do setor industrial como um período de acomodação" disse.

IPI
O fim dos benefícios relativos ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos e automóveis está provocando uma "acomodação" no ritmo da produção dos bens de consumo duráveis, segundo Macedo. "Esse segmento vinha com trajetória positiva importante ao longo de 2009 com as isenções fiscais e, com o fim do benefício do IPI, há acomodação dessa categoria, ainda que tenham ocorrido avanços significativos em alguns segmentos, como fabricação de televisores", disse.

A produção de material elétrico e de comunicações, inserida no grupo dos duráveis, aumentou 6,1% em maio ante abril e representou o maior impacto positivo para o resultado da produção industrial (0,0) no período. Segundo Macedo, o aumento na produção dessa atividade foi puxado pelos televisores, sob a influência positiva das vendas para a Copa do Mundo. A produção de bens duráveis aumentou 0,1% em maio ante abril, resultado muito próximo aos apurados, ante mês anterior, em abril (0,2%) e março (0,1%). Na comparação com maio do ano passado, a produção dessa categoria aumentou 15,4%.

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