Economia

IBGE: perfil da inflação muda e alimentos ajudam a conter alta

A inflação oficial do país diminuiu para 0,45% em fevereiro, a menor taxa desde outubro do ano passado

No caso dos alimentos, a principal contribuição para a redução da taxa (de 0,86% para 0,19%) partiu das carnes (de -0,64% para –1,99%) (Germano Lüders/EXAME.com)

No caso dos alimentos, a principal contribuição para a redução da taxa (de 0,86% para 0,19%) partiu das carnes (de -0,64% para –1,99%) (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2012 às 13h51.

Rio de Janeiro - O perfil da inflação nos primeiros meses de 2012 é diferente do observado no ano passado. Os alimentos, que pressionaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no início de 2011, agora ajudam a conter a taxa. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes.

De acordo com dados divulgados hoje (9) pelo IBGE, o IPCA, que mede a inflação oficial do país, diminuiu para 0,45% em fevereiro, a menor taxa desde outubro do ano passado (0,43%). Em janeiro, o índice havia registrado alta de 0,56%.

“Neste início de ano estamos observando um patamar de inflação diferenciado. Os alimentos no ano passado estavam crescendo muito, ficando muito caros, e isso fez com que as taxas dos quatro primeiros meses [de 2011] girassem em torno de 0,8%. Já este ano, pelo contrário, os alimentos estão contribuindo para conter a taxa [de inflação] juntamente com os transportes, que são os principais grupos de despesa no orçamento das famílias”, ressaltou.

Eulina destacou que, no caso dos alimentos, a principal contribuição para a redução da taxa (de 0,86% para 0,19%) partiu das carnes (de -0,64% para –1,99%). Segundo ela, com a valorização do real, as exportações do produto foram prejudicadas, aumentando a oferta interna. Além disso, a demanda interna menos aquecida por causa das férias escolares ajudou a diminuir ainda mais o preço desse item.

No caso dos transportes (de 0,69% para –0,33%), o maior impacto foi exercido pelas passagens aéreas, cujos preços caíram em média 8,84%, depois de terem apresentado elevação de 10,61% um mês antes.

Eulina ressaltou, por outro lado, que os gastos com educação (de 0,39% para 5,62%), puxados pelos reajustes nas mensalidades escolares, exerceram a principal pressão positiva sobre o IPCA, “provavelmente em consequência do aumento da renda das pessoas”.

“O aumento da renda, em geral, provoca sustentação de preços ou aumento de preços dos serviços. Em 2011, as mensalidades escolares subiram acima da inflação e, pelo que se observa, isso também deve acontecer em 2012”, disse.

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