Economia

Indústria de transformação garantiu PIB maior, diz IBGE

O destaque ficou com segmentos da indústria mais voltados para o investimento, como máquinas e equipamentos


	Indústria: segundo o IBGE, a indústria de transformação responde por 13,5% do cálculo do PIB
 (Getty Images)

Indústria: segundo o IBGE, a indústria de transformação responde por 13,5% do cálculo do PIB (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 18h17.

Rio de Janeiro - O desempenho mais vigoroso da indústria de transformação foi o principal responsável pela alta acima das expectativas do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.

O destaque ficou com segmentos da indústria mais voltados para o investimento, como máquinas e equipamentos, equipamentos médico-hospitalares e indústria automobilística.

A coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca de La Roque Palis, lembra que a indústria de transformação responde por 13,5% do cálculo do PIB.

Segundo ela, o destaque negativo na indústria foi o resultado da extrativa mineral, que refletiu a queda na produção de minério de ferro e também, em menor escala, de petróleo.

Rebeca observa ainda que o PIB do segundo trimestre foi impulsionado também pelos segmentos da construção civil, que pesa 5,7% no cálculo total, e da agropecuária, que responde por 5%.

Rio, 30/08/2013 - O crescimento de 4% do setor de construção civil em relação ao segundo trimestre do ano passado foi impulsionado pelo crescimento do crédito com recursos direcionados ao financiamento imobiliário.

O crescimento nominal do crédito para esse tipo de financiamento foi de 33,6% segundo o Banco Central, acima da média do crédito. "Isso explica muito esse crescimento da construção", disse Rebeca Palis, gerente da coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

O setor de serviços veio com uma alta de 2,4% ante o igual trimestre do ano passado. O atacado foi o que mais influenciou o crescimento do comércio (3,5%), puxado pelo desempenho da indústria.


O que menos cresceu foi a intermediação financeira (1,5%) influenciada negativamente pelo segmento de seguros. "Houve um aumento da sinistralidade acima do prêmio pago ao setor, o que acaba levando a um efeito negativo", explicou Rebeca. Segundo ela, o IBGE não captou o efeito das manifestações sobre o setor de serviços.

Bens de capital

A produção interna de bens de capital, tanto de caminhões e ônibus quanto de máquinas e equipamentos, foi o que puxou a alta da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no segundo trimestre.

Segundo divulgou nesta sexta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a FBCF cresceu 9,0% na comparação com o segundo trimestre de 2012 e 3,6% ante o primeiro trimestre do ano. "Na indústria da transformação, vários destaques estão na indústria de bens de capital", disse Rebeca.

Segundo ela, contribuíram para a alta na produção interna de bens de capital tanto uma situação melhor em relação à taxa de câmbio, que favoreceu a indústria nacional, quanto incentivos do governo, como crédito subsidiado e IPI reduzido.

O câmbio teve um efeito no crescimento das exportações no segundo trimestre, mas foi combinado com o escoamento da soja que havia sido represado por questões logísticas no primeiro trimestre do ano, afirmou a coordenadora do IBGE. As exportações cresceram 6,3% sobre o segundo trimestre de 2012 e as importações, 7,9%.

Na comparação na margem, Rebeca destacou a diferença entre a taxa para exportação e a para importação. As exportações de bens e serviços cresceram 6,9%, enquanto as importações vieram em um ritmo menor: 0,6% ante os três primeiros meses de 2013. "Nesse trimestre houve uma contribuição positiva do setor externo para o crescimento do PIB", disse ela.

Consumo famílias

O crescimento do consumo das famílias no segundo trimestre, de 0,3% ante o trimestre anterior, e de 2,3% sobre igual período de 2012, foi, segundo Rebeca, puxado pela elevação da massa salarial real, de 2,1%, e pelo crescimento nominal das operações de crédito direcionado para pessoas físicas". O consumo das famílias, entretanto, cresce em ritmo menor que nos anos anteriores.

"Há um consumo menor, influenciado por muitos fatores, como a desaceleração da massa salarial em relação ao trimestre anterior. Crédito também desacelerou. Vários trimestres foi o consumo das famílias que puxou a alta do PIB, ele ainda pesa muito", afirmou a coordenadora.

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