Economia

IPCA-15 desacelera a 0,25% em março com educação, diz IBGE

Índice mostra forte desaceleração ante à alta de 0,53% registrada em fevereiro

De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deveu-se à "forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação" (SXC.hu)

De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deveu-se à "forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação" (SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 13h39.

Rio de Janeiro - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da inflação oficial- subiu 0,25 por cento em março, mostrando uma forte desaceleração ante à alta de 0,53 por cento registrada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O resultado deste mês é o melhor para março desde 2009 -auge da crise internacional, quando teve alta de 0,11 por cento- e veio bem abaixo das expectativas do mercado. Economistas consultados pela Reuters previam de 0,32 por cento e de 0,43 por cento.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,61 por cento, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,98 por cento. Em março do ano passado, o indicador havia registrado alta de 0,60 por cento.

De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deveu-se à "forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação", que ficou concentrada em fevereiro, com alta de 5,66 por cento. Em março, reduziu a 0,51 por cento. Com isto, ainda segundo o instituto, a alta de preços no segmento de produtos não alimentícios passou de 0,60 por cento em fevereiro para 0,26 por cento em março.

O grupo Alimentação e bebidas também mostrou desaceleração nas altas, passando de 0,29 por cento em fevereiro para 0,22 por cento neste mês. O grupo Despesas pessoais foi o que mais mostrou alta em março, com 0,60 por cento, enquanto na ponta oposta veio o grupo Comunicação, com deflação de 0,49 por cento.

Juros em queda

O resultado do IPCA-15, mostrando desaceleração forte neste mês, foi considerado uma boa surpresa pelos analistas, o que corrobora que o Banco Central deve continuar reduzindo a Selic -hoje em 9,75 por cento ao ano. Para o economista-chefe da CM Capital Markets, Mauricio Nakahodo, está mantida a expectativa de pelo menos mais um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, como ocorreu no início do mês.

"Mas acho que é muito cedo para revisar (a estimativa), até porque em abril a inflação não deve vir tão baixa quanto foi em março", afirmou ele, citando preços de tarifas de energia.

O BC vem afirmando que a inflação no Brasil está convergindo para o centro da meta de 4,5 por cento pelo IPCA, para justificar a redução da Selic, de 12,5 por cento em agosto para 9,75 por cento atualmente, com a intenção de estimular a economia. O governo quer garantir uma expansão econômica na casa dos 4 por cento neste ano, após os 2,7 por cento vistos em 2011.


Além disso, O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou claro que pretende levar a taxa básica de juros para patamares "ligeiramente acima dos mínimos históricos" e estabilizá-la neste nível. O piso já alcançado é de 8,75 por cento ao ano, que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010.

No relatório Focus desta semana, o mercado financeiro acompanhou essa percepção e elevou para 0,75 ponto percentual sua estimativa de corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom, em 18 de abril. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em 3,30 por cento neste ano e em 4,20 por cento no ano que vem.

Em fevereiro, o IPCA subiu 0,45 por cento, após alta de 0,56 por cento em janeiro, o menor patamar em cinco ano para o período, mostrando que a inflação havia perdido força.

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