Homem trabalha na produção de aço: previsão de crescimento de vendas domésticas de aço em 2013 foi revisada de 5,3 por cento para 6,1 por cento (Martin Divisek/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2013 às 16h11.
As vendas de produtos siderúrgicos no Brasil devem crescer 4,4 por cento em 2014, para 23,9 milhões de toneladas, apoiadas nas concessões de infraestrutura e na demanda do setor automotivo, previu o Instituto Aço Brasil (IABr) nesta quarta-feira.
"As obras licitadas pelo governo federal levam otimismo para o setor siderúrgico. Apesar do fim do incentivo do IPI no ano que vem, o setor continua demandante", disse o presidente do IABr, Marco Polo Lopes. "Como há um excedente mundial de 550 milhões de toneladas, temos que apostar no mercado interno".
A previsão de crescimento de vendas domésticas de aço em 2013 foi revisada de 5,3 por cento para 6,1 por cento.
Já as importações devem cair menos que o esperado anteriormente, com recuo de 0,5 por cento no ano, ante previsão anterior de queda de 14,4 por cento.
Segundo o executivo, a alta do dólar não teve o efeito esperado de frear as compras externas. "O fator China é fundamental; lá tem muito subsídio", disse Lopes. "A visão do governo brasileiro de que o dólar travaria as importações não se confirmou".
Um estudo feito pelo IABr apontou uma enxurrada de importados no mercado brasileiro. Segundo o levantamento, se não forem adotadas medidas de proteção, como aumento de alíquotas de importação, 58 por cento do consumo final brasileiro de aço será atendido por importações em 2022.
"Está havendo muitos dribles e manobras para entrar no Brasil. Tem empresas que pegam um produto e adicionam boro (química) para entrar numa lista que paga menos imposto... tem empresa que pega uma placa, fatia e consegue entrar com uma alíquota mais baixa", disse Lopes.
O IABr estima que as exportações de produtos siderúrgicos caiam 14,8 por cento em 2013, ante previsão anterior de recuo de 13 por cento.
Segundo o executivo, com grande excedente de aço no mundo, dificilmente as empresas siderúrgicas brasileiras vão conseguir colocar produtos no exterior. Além do excedente atual de 550 milhões de toneladas, a perspectiva é que essa oferta aumente em mais 182 milhões de toneladas até 2015.