Funcionário trabalha na linha de montagem da fábrica da General Motors, em São Caetano do Sul (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2014 às 19h07.
São Paulo - O banco HSBC rebaixou mais uma vez a previsão de crescimento da economia do Brasil e da economia global para o ano de 2014, destacando que o ritmo lento do avanço econômico, antes apenas uma realidade para os países desenvolvidos, começa a contaminar também os países emergentes, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira.
Para a economia do Brasil, o HSBC passou a prever um crescimento de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, ante a previsão anterior de 1,7%.
Para a economia global, a previsão foi revisada de 2,6% para 2,4%. A previsão é de que as economias desenvolvidas cresçam 1,6% neste ano, e não mais 1,8% como anteriormente previsto.
A revisão para baixo ocorreu também para as economias emergentes, de 4,7% para 4,5%.
O banco cita a acentuada deterioração da confiança dos consumidores e das empresas ao longo dos últimos meses como uma das causas para a revisão para baixo do crescimento este ano.
Segundo os analistas, as preocupações com o risco de escassez de energia por conta da seca têm ajudado a piorar a percepção dos brasileiros a respeito da economia.
Além disso, eles destacam que, à medida que a taxa de desemprego tem estabelecido novos pontos de baixa históricos, os salários têm superado a produtividade, alimentando mais a pressão inflacionária.
Para o ano de 2014, o banco passou a prever uma inflação de 6,4%, de 6,0% anteriormente. O banco também elevou para 6,2% a previsão da inflação para 6,1%.
Mundo
No cenário global, na visão dos analistas do banco, a recuperação da economia dos Estados Unidos e da União Europeia não tem sido efetiva. Por outro lado, os emergentes também têm enfrentado baixo crescimento por problemas específicos.
"O crescimento global esta decididamente - e inesperadamente - anêmico. Onde o crescimento tem aparecido - mais recentemente no Reino Unido - tem sido muitas vezes associado a uma alarmante deterioração no balanço de posição pagamentos. Ou a ressaca pós-crise financeira é mais duradoura do que a maioria dos economistas esperava ou, ao contrário, a economia mundial tem sucumbido a uma taxa estrutural mais baixa de crescimento econômico."
Diante desse cenário global mais desanimador, os analistas do banco também passaram a prever um crescimento menor da economia dos Estados Unidos.
Dos 2,5% antes previsto, o HSBC passou a apostar em um avanço de 1,7% do PIB, um total que deve ser prejudicado pelo desempenho fraco da economia no primeiro trimestre.
Para 2015, os analistas apostam em uma recuperação mais firme, com o PIB avançando para 2,7%, de 2,5% anteriormente previsto.