Economia

Hollande propõe imposto maior para ricos em orçamento

Em uma entrevista a uma TV francesa, Hollande disse que deu a si mesmo dois anos para mudar o rumo da economia da França e reconheceu a seriedade de tal tarefa

O presidente francês, François Hollande: "Conheço a dificuldade da tarefa, meço os riscos, mas o que está em jogo vai mais além da Síria" (©AFP / Bertrand Langlois)

O presidente francês, François Hollande: "Conheço a dificuldade da tarefa, meço os riscos, mas o que está em jogo vai mais além da Síria" (©AFP / Bertrand Langlois)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2012 às 17h59.

Paris - O presidente da França, Francois Hollande, apresentou, neste domingo, o esboço do mais duro esforço orçamentário das últimas seis décadas no país, com medidas de austeridade fiscal que incluem um controverso imposto para os ricos.

Em uma entrevista a uma TV francesa, Hollande disse que deu a si mesmo dois anos para mudar o rumo da economia da França e reconheceu a seriedade de tal tarefa. Ele disse que a perspectiva de crescimento do país teve clara deterioração e reduziu significativamente a previsão de crescimento para "pouco acima de zero" para este ano e "cerca de 0,8%" para 2013.

O primeiro presidente socialista na França em 17 anos usou a televisão para tentar conter as críticas de que está se movendo muito lentamente para reparar os problemas do país e não está conseguindo ser decisivo. "Eu não vou fazer em quatro meses o que meus predecessores não fizeram em 5 ou 10 anos", disse Hollande. "Estou em situação de combate". E acrescentou que estava "acelerando as coisas".

Hollande afirmou que seu governo iria propor um Orçamento neste mês com cerca de 20 bilhões de euros em novos impostos e 10 bilhões de euros em cortes de gastos. O presidente francês confirmou que o Orçamento irá incluir uma tabela de imposto de 75% para pessoas com receita superior a 1 milhão de euros por ano, o que já criou temores de um eventual êxodo dos cidadãos mais ricos da França.

As medidas dolorosas são necessárias para cumprir as obrigações de redução do déficit orçamentário do país para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, ante 4,5% em 2012, e para dar garantias aos investidores, que têm sido mais lenientes com a França do que com outros países altamente endividados na zona do euro, como a Itália e a Espanha. As informações são da Dow Jones.

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