Economia

Hollande e Monti fazem apelo em defesa da zona do euro

Presidente francês e primeiro-ministro italiano afirmam que houve "progressos significativos" em relação à crise, mas que não há nem um minuto a se perder

François Hollande: junto ao primeiro-ministro italiano, presidente francês faz apelo em defesa da zona do euro em Paris (Pierre Andrieu/AFP)

François Hollande: junto ao primeiro-ministro italiano, presidente francês faz apelo em defesa da zona do euro em Paris (Pierre Andrieu/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 20h13.

Paris - O presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, fizeram nesta terça-feira em Paris um novo apelo em defesa da zona do euro, na qual apesar de afirmar que houve "progressos significativos" nas últimas semanas disseram que não há "nem um minuto" a se perder.

Assim declararam os líderes no fim de um almoço de trabalho no Palácio do Eliseu, com o objetivo de que o italiano comece uma rodada decisiva de contatos em nível europeu, tendo como eixo a situação da eurozona e que o levará amanhã à Finlândia e na quinta-feira à Espanha.

Neste primeiro encontro, de uma hora e meia de duração, Hollande explicou que ambos insistiram em sua vontade de fazer "tudo" para que as decisões do Conselho Europeu de junho sejam aplicadas, e para que a eurozona "seja defendida, preservada, consolidada e se possa trabalhar por sua integridade".

O tom de ambos foi ligeiramente otimista e Hollande chegou a dizer que essa cúpula e as "declarações fortes" pronunciadas pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e por alguns chefes de Estado, são "sinal de que a zona do euro quer preservar o que representa, ou seja, uma moeda única capaz de dar à Europa coerência e um projeto".


Monti, que falou a seu lado e em italiano, disse concordar "palavra por palavra" com o afirmado pelo francês, e estimou que os "bons resultados" do final de junho são fruto do "ótimo trabalho preparatório" tanto de Hollande como dos outros líderes europeus.

No entanto, assinalou que apesar do "gradual esclarecimento das perspectivas de estabilidade da eurozona", seus integrantes não podem se permitir perder "nem um minuto" sequer, porque segundo sua opinião é "vital para todos e cada um" essa estabilidade, o cumprimento do aprovado e a capacidade da zona do euro de "contribuir para o crescimento econômico e social da Europa".

E nessa linha sustentou que a França e Itália trabalharão juntas a respeito, da mesma forma que o tinha afirmado minutos antes Hollande, para quem a qualidade das relações bilaterais constitui um ponto "muito importante" para a solução das questões voltadas à consolidação e ao reforço da zona do euro.

Em comunicado conjunto enviado posteriormente, os dois dirigentes insistiram em que os Estados-membros e as instituições europeias, "cada um segundo suas prerrogativas", devem cumprir igualmente com suas obrigações.


"As iniciativas para o crescimento da economia da UE e para o emprego devem se concretizar o mais rápido possível", disseram nessa nota, segundo a qual deve ser encontrada "uma nova ambição política" para a zona do euro.

Hollande e Monti assinalaram ter falado do roteiro "a médio prazo" para a UE, acrescentando seu desejo de que os dispositivos e instrumentos previstos no Conselho "possam ser utilizados o mais rápido possível se for necessário".

"Vários países da eurozona precisam se refinanciar atualmente com taxas de juros elevadas demais, enquanto realizam reformas econômicas necessárias, mas difíceis", assinalaram, pedindo que as conclusões do Conselho sejam aplicadas "rapidamente".

A próxima etapa de Monti será agora a Finlândia, um dos países mais reticentes ao uso do fundo de resgate europeu permanente para comprar dívida dos países sob pressão, onde se reunirá com o comissário europeu de Política Econômica e Monetária, Olli Rehn, e com o primeiro-ministro finlandês, Jyrki Katainen.

O ponto final da viagem acontece na quinta-feira em Madri, onde Monti permanecerá por poucas horas e onde se prevê um encontro com o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, e uma audiência com o rei Juan Carlos I.

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