A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton dá uma palestra em uma instituição educacional de Nova York, em 25 de julho de 2014 (Getty Images North America/AFP)
João Pedro Caleiro
Publicado em 21 de abril de 2015 às 16h36.
São Paulo - Olhando para um gráfico com o aumento meteórico da renda no topo da pirâmide americana, Hillary Clinton disse que a economia requeria "derrubar" o 1% mais rico.
O relato está em uma reportagem do New York Times publicada nesta terça-feira e vem de pessoas próximas da candidata.
“O jogo está arranjado a favor deles", diz Clinton em relação aos ricos e poderosos, "e meu trabalho é misturar as cartas".
Pouco mais de uma semana após Hillary Clinton lançar oficialmente sua campanha pelas primárias do Partido Democrata, esquentou a discussão sobre qual será seu estilo e suas políticas - especialmente econômicas.
Disputa interna
Um dos pontos centrais e foco da matéria do NYT é a relação entre Hillary e o lado "populista" do partido, representado pela senadora Elizabeth Warren, famosa por ataques aos excessos do sistema financeiro.
Na edição da TIME com as pessoas mais influentes do mundo publicada recentemente, é Clinton quem assina o texto sobre Warren, que "luta tanto para os outros partilharem do sonho americano porque é algo que ela mesma viveu". A senadora nega que vá se candidatar.
Hillary também entrou na lista, com texto assinado por Laurene Powell Jobs, fundadora do Emerson Collective, entidade de apoio a empreendedores e organizações sociais.
De acordo com a reportagem do NYT, Clinton vai abraçar algumas políticas como aumento do salário mínimo e revisão do código de impostos mas sinalizando que isto está alinhado com sua trajetória política e não é mero oportunismo.
Estudos
Nos Estados Unidos, um trabalho mostrou que a expectativa de vida dos mais ricos está crescendo muito mais rápido que a dos mais pobres.
Outro estudo mostra que o 1% não é tão estático assim: 1 em cada 9 americanos fará parte dele em algum momento, diz outro estudo.
Mas não é só nos EUA que está ocorrendo um avanço grande da desigualdade. De acordo com a Oxfam, o o 1% mais rico pode ter já em 2016 uma riqueza maior do que o resto dos 99% combinados.