Usina de Santo Antônio: a Eletrobras ainda não decidiu se venderá suas participações nessas duas usinas, o que dependerá dos valores oferecidos, disse Ferreira (./Divulgação)
Reuters
Publicado em 31 de março de 2017 às 17h13.
São Paulo - A hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, está sendo negociada por seus sócios com investidores interessados, disse nesta sexta-feira o presidente da Eletrobras, que acredita que o empreendimento pode receber uma oferta vinculante até abril.
A Eletrobras é sócia de Santo Antônio junto com Odebrecht, Cemig e SAAG Investimentos, da Andrade Gutierrez, além do Caixa FIP Amazônia Energia. A usina recebeu investimentos de quase 21 bilhões de reais.
Wilson Ferreira Jr. disse que o processo tem sido conduzido pelos demais sócios, e a Eletrobras poderá segui-los ao exercer o direito de "tag along".
Em conversa com jornalistas após evento com acionistas em São Paulo, o executivo disse que a Eletrobras tem acompanhado também conversas dos acionistas da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para uma possível venda de suas fatias no empreendimento. Neste caso, a Eletrobras também tem direito de vender sua participação, por meio de "tag along".
A estatal, no entanto, ainda não decidiu se venderá suas participações nessas duas usinas, o que dependerá dos valores oferecidos, disse Ferreira.
Em Santo Antônio, já houve propostas não vinculantes, no final do ano passado, e a fase final do processo de negociação deverá acontecer até abril.
Em Belo Monte, a Eletrobras tem como principais associados Cemig, Light, Neoenergia e Vale, além dos fundos de pensão Petros e Funcef. O empreendimento está orçado em 35 bilhões de reais.
"Eles (outros sócios) não ficaram satisfeitos com os projetos, pretendem fazer liquidez, e existe uma janela de oportunidade", afirmou.
O presidente da Eletrobras também disse que espera contar com alguma flexibilidade caso a estatal não consiga cumprir sua meta de vender até o final deste ano todas suas seis distribuidoras de energia elétrica que atuam no Norte e Nordeste.
"Se houver um eventual atraso, certamente haverá sensibilidade (por parte do governo federal)... não está escrito em pedra", disse Ferreira.
Ele afirmou, no entanto, que hoje a Eletrobras ainda não trabalha com essa hipótese.
Em julho do ano passado, a estatal decidiu não renovar os contratos de concessão dessas distribuidoras. Na época, a companhia se comprometeu a vender as empresas ainda em 2017 ou devolver as concessões e quitar todas as dívidas em 2018.
Essa liquidação envolveria o recebimento de uma indenização pela Eletrobras referente aos ativos das empresas, mas também exigiria que a companhia quitasse todos os passivos das concessões, o que poderia exigir que a estatal assumisse perdas financeiras se os compromissos forem maiores que a compensação a receber.