Economia

Harvey já é o desastre natural mais caro da história dos EUA

Consultorias apontam que o prejuízo econômico pode chegar a US$ 160 bilhões; o estado de Lousiana precisará de US$ 125 bilhões de recursos federais

Estados Unidos: a passagem do Harvey impactou toda a população local (Rick Wilking/Reuters)

Estados Unidos: a passagem do Harvey impactou toda a população local (Rick Wilking/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 15h44.

Última atualização em 31 de agosto de 2017 às 17h53.

Enquanto a tempestade tropical Harvey se move em direção ao estado de Lousiana, nos Estados Unidos, a cidade de Houston no Texas e a costa Sul do estado continuam sob efeito de inundações e os prejuízos acumulados vão se tornando mais visíveis.

Consultorias apontam que o prejuízo econômico pode chegar a US$160 bilhões (o equivalente a R$ 503 bi) - o que representa o desastre natural mais caro da história do país.

O governador do Estado, Greg Abbot, disse que o estado vai precisar de US$ 125 bilhões de recursos federais (R$ 393 bilhões) para reconstruir áreas atingidas e apoiar a população.

A passagem do Harvey impactou toda a população local: empresas, infraestrutura, moradores e também o mercado nacional, já que a região abriga um importante polo petroquímico do país.

O Texas tem a segunda maior economia dos Estados Unidos, só perde para a Califórnia. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado no ano passado foi superior a US$1,6 trilhão (R$ 5 trilhões).

O efeito da tempestade é sentido na alta da gasolina : pelo menos seis grandes refinarias estão fechadas e por isso o combustível já está chegando mais caro a algumas regiões.

Antes da passagem do Harley, o preço do galão de gasolina em Atlanta, na Geórgia, era de US$2,10 (por galão de 3,7 litros, cerca de R$ 6,60). Agora, o produto já pode ser encontrado a US$2,45 por galão (R$ 7,70).

As autoridades estão em alerta por causa das fábricas que sofreram descargas elétricas e apagões desde sexta-feira (25).Uma indústria química a noroeste de Houston registrou duas explosões hoje (31), mas a área continua sob alerta porque podem ocorrer novas explosões. Os moradores em um raio de dois quilômetros deixaram as casas.

Outro alerta é sobre os reservatórios de petróleo e gasolina. Há uma preocupação com vazamentos, já que esses tanques não foram projetados para estar em contato direto com a água.

Existe um risco de que ocorram rupturas e que combustíveis alcancem as águas - hipótese que seria, segundo as autoridades, uma tragédia ambiental sem precedentes.

População atingida

Os custos para reconstruir a região vão ser sentidos especialmente para a população das áreas atingidas.

Uma outra estimativa divulgada pela imprensa americana, feita por consultorias de risco, aponta que 80% dos moradores da região afetada não possuem seguro residencial. Mais de 40 mil casas foram destruídas, segundo o governo local.

E na área metropolitana de Houston, mais de 1,3 milhão de pessoas não possuem seguro saúde, de acordo com estimativas do censo.

Além disso, 22,5% da população da cidade vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com os números do censo estadual.

Já são 35 mortes confirmadas no Texas e ainda há centenas de desaparecidos, segundo o governo. A Guarda Costeira recebe mais de mil chamadas por hora de pessoas que necessitam ser resgatadas.

O Exército e voluntários também trabalham para ajudar as vítimas. A Cruz Vermelha recolhe sangue para levar aos feridos e entrega donativos nas áreas mais afetadas via helicóptero.

Até o momento, foram resgatadas dez mil pessoas pelas forças federais. Ao todo, 24 mil soldados das tropas da guarda nacional trabalham em operações de salvamento.

 

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