Agência de notícias
Publicado em 30 de julho de 2025 às 08h37.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 29, que considera que existe "um sinal" de abertura dos Estados Unidos para um diálogo sobre a imposição iminente de tarifas pelo governo de Donald Trump ao Brasil.
As sobretaxas comerciais de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciadas em 9 de julho pelo presidente americano, devem entrar em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto.
"Nesta semana já há algum sinal de interesse em conversar", indicou o ministro em Brasília. Em entrevista ao canal de TV CNN Brasil, Haddad acrescentou que os "canais estão começando a ser desobstruídos" entre Brasília e Washington.
Haddad mencionou pontualmente uma nova conversa telefônica ocorrida ontem entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, designado por Lula para estabelecer pontes com autoridades americanas, e o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick.
A pedido de Lutnick, um representante do governo americano participou hoje de uma reunião entre Alckmin e representantes de empresas de tecnologia americanas, como Meta, Google, Amazon, Apple, Visa e Expedia. O vice-presidente fez uma avaliação positiva do encontro e informou que os representantes trouxeram uma pauta sobre segurança jurídica, inovação tecnológica e ambiente regulatório.
Ao anunciar sua guerra comercial com o Brasil, Trump criticou uma suposta "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), que é réu em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe em 2022.
As empresas de tecnologia são "um assunto importante" para os Estados Unidos, "discutimos sobre regulação", afirmou Alckmin na terça-feira.
Segundo maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos têm um superávit nas transações com a maior economia da América Latina.
"Não tem justificativa você ter uma alíquota de 50% para um país que é um grande comprador", criticou Alckmin, que antecipou que o governo trabalha em um "plano de contingência", que deve ser discutido apenas se as tarifas entrarem em vigor na próxima sexta-feira.