Economia

Haddad vai defender tributação de 'super-ricos' em evento do G20 nos EUA

Ministro da Fazenda vai participar, ao longo da próxima semana, de encontros nas chamadas “Spring meetings”, em Washington (EUA)

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Washington Costa/MF/Flickr)

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Washington Costa/MF/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 9 de abril de 2024 às 13h50.

Última atualização em 9 de abril de 2024 às 14h33.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, embarca para os Estados Unidos na próxima semana para participar de encontros do G20, grupo das maiores economias do mundo. O titular da equipe econômica do governo brasileiro irá defender a agenda de tributação da riqueza sobre os mais ricos, uma das prioridades do Brasil.

Outra defesa será proposta batizada de “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é de mobilização de lideranças internacionais nesse tema.

A adesão a esse grupo, lançado em setembro de 2023, está aberta não somente aos membros do G20, mas a todos os países interessados. Está no escopo a tentativa de garantir financiamento de programas sociais voltados para a redução da pobreza.

Em dezembro de 2023, o Brasil iniciou os trabalhos à frente do G20. A presidência rotativa vai até novembro de 2024. As reuniões de grupos de trabalho estão ocorrendo ao longo do ano em 13 diferentes cidades brasileiras.

O ministro da Fazenda vai participar, ao longo da próxima semana, de encontros do G20 no “Spring meetings”, em Washington (EUA).

Super-ricos

O Brasil vai lançar uma proposta consolidada até o fim da presidência do G20. Os detalhes ainda estão sendo trabalhados, mas a premissa é de “progressividade” na tributação. Ou seja, a lógica de cobrar mais de quem tem maior renda.

Para tratar da tributação internacional, o ministro participa na próxima quarta-feira de evento com o titular de Finanças da França, Bruno Le Maire; com Kristalina Georgieva Managing, do Fundo Monetário Internacional (FMI); e com representação do Quênia e de outros países enterrados no tema.

No encontro, Haddad quer mostrar que essa agenda de tributação dos “super-ricos” não é uma prioridade só do Brasil.

Combate à fome

A “Aliança Global” de combate à fome ainda não está com o modelo de financiamento e a organização definidos. Por ora, a avaliação é funcionar como um mecanismo para mobilizar recursos financeiros e canalizar ações para as regiões que mais precisam.

Para discutir o tema da fome, a agenda do ministro inclui a participação em evento com Samantha Power, chefe da agência americana para desenvolvimento internacional, parte do gabinete de Biden; Ajay Banga, presidente do Banco Mundial; Enoch Godongwana, ministro das Finanças da África do Sul; e ministros da União Africana, Noruega e de outros países.

Presidência do Brasil

O calendário geral — de todos os grupos de trabalho durante a presidência do Brasil no G20 — prevê mais de 120 encontros durante o mandato, até a cúpula dos chefes de Estado e de governo, que vai ser realizada em novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

O G20 é formado por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), a União Africana e a União Europeia.
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