Economia

Haddad prevê menos verba e investimentos em 2015

A expectativa é de que as receitas alcancem R$ 49,2 bilhões em 2015, uma redução de 2,5% em relação à lei orçamentária atual


	Haddad: nos últimos dois anos da gestão Haddad, a previsão é de recuperação no cenário econômico
 (Heloisa Ballarini/Prefeitura de São Paulo)

Haddad: nos últimos dois anos da gestão Haddad, a previsão é de recuperação no cenário econômico (Heloisa Ballarini/Prefeitura de São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 11h40.

São Paulo - Com dificuldades financeiras, a gestão Fernando Haddad (PT) prevê queda na arrecadação municipal no ano que vem. Segundo proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhada à Câmara Municipal, a expectativa é de que as receitas alcancem R$ 49,2 bilhões em 2015, uma redução de 2,5% em relação à lei orçamentária atual, que projetou receita de R$ 50,5 bilhões.

Com menos dinheiro, o plano de investimentos do governo foi reduzido. A LDO de 2015 estima em R$ 7 bilhões a cota reservada para construção de novos hospitais, escolas, moradias populares e obras de drenagem, por exemplo. Em relação ao planejamento feito para este ano, de R$ 10,7 bilhões, a redução é de 35%.

O cenário pessimista não tem como base só a conjuntura econômica do País, mas a suspensão da lei que propôs reajustar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e a paralisação pelo Congresso do projeto que poderia resultar na renegociação da dívida com a União.

Só a alta do imposto renderia à cidade uma receita extra de R$ 806 milhões. Sem esse recurso, a Prefeitura afirma não dispor de todas as contrapartidas necessárias para a obtenção de repasses do governo federal.

Mas tanto a previsão de arrecadação quanto de investimentos podem ser alteradas até o fim do ano, quando a lei orçamentária será votada pelos vereadores.

Formulada obrigatoriamente até o dia 15 de abril, a LDO apenas estabelece metas e prioridades com o objetivo de orientar a divisão de recursos durante a elaboração da peça orçamentária anual.

Nos últimos dois anos da gestão Haddad, a previsão é de recuperação no cenário econômico, ao menos no que diz respeito à arrecadação. Também foram divulgadas ontem as previsões de receita para 2016 e 2017: R$ 52,6 bilhões e R$ 55,6 bilhões, respectivamente.


A proposta passará agora por ao menos duas audiências públicas e deve ser votada pelos vereadores até o dia 30 de junho. Relator do projeto, o vereador Paulo Fiorilo (PT) explicou que o texto indica a intenção do Executivo de trabalhar com cenários mais realistas.

"Pode-se dizer que trata-se de uma previsão conservadora, que agora será estudada pela Câmara. Mas é importante dizer que as previsões podem mudar ao longo do ano. Se a Justiça liberar o aumento do IPTU, por exemplo, a estimativa de arrecadação deve crescer", diz o petista. Já a Prefeitura não comentou os cálculos utilizados na elaboração da LDO.

Metas. O texto da LDO também cita os projetos de governo que o prefeito Haddad quer priorizar em 2015. Com a construção de novos corredores de ônibus, por exemplo, a Prefeitura calcula gastar R$ 1,2 bilhão, na maior previsão orçamentária anunciada na proposta.

Em seguida, estão obras de regularização fundiária, de drenagem urbana e novas creches.

A novidade da lista é a inclusão do programa De Braços Abertos, que oferece tratamento, trabalho e capacitação a usuários de crack. Com verba prevista de R$ 15,6 milhões, a Prefeitura quer triplicar o número de beneficiários no ano que vem, alcançando 1,2 mil pessoas. A ação, no entanto, não consta oficialmente do plano de metas de Haddad, lançado em março do ano passado.

Orçado em R$ 24 bilhões, o conjunto de obras e de ações anunciado pelo prefeito não enfrenta apenas problemas financeiros. Boa parte deles nem sequer tem os projetos executivos finalizados, o que impede o início dos processos de licitação. É o caso, por exemplo, dos três hospitais prometidos na campanha eleitoral.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadGovernoPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

Moraes mantém decreto do IOF do governo Lula, mas revoga cobrança de operações de risco sacado

É inacreditável que Trump esteja preocupado com a 25 de Março e Pix, diz Rui Costa

Tesouro: mesmo com IOF, governo precisaria de novas receitas para cumprir meta em 2026