Haddad: "Ainda temos muito a resolver e precisamos ter um projeto consistente" (Marcelo Justo/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 12h01.
Última atualização em 12 de dezembro de 2023 às 12h12.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou otimista em relação à política econômica do Brasil em 2024. Ao citar a importância do Congresso brasileiro para garantir equilíbrio no orçamento do País no ano que vem, o ministro avaliou que, até meados de 2024, o mundo terá política monetária que não será de arrocho. Segundo ele, ainda há "gordura da política monetária para queimar".
Parte do sucesso da política econômica nacional no mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação do ministro, se dá pelo apoio do chefe do Executivo à equipe.
De acordo com Haddad, nos momentos mais difíceis do cenário econômico nacional, em que a tomada de decisão mostra-se difícil, "Lula tem chancelado a equipe econômica".
Além do apoio do presidente, Haddad destacou a importância do Congresso Nacional e pontuou o trabalho do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pelo diálogo entre o Executivo e o Legislativo. "Padilha no Congresso Nacional está dando show", comentou. "O Congresso tem sido atencioso com a agenda econômica do governo."
Perto do final do ano, contudo, o governo corre para aprovar as medidas econômicas no Parlamento. Na fala, o chefe da Fazenda reconheceu que esta semana é "decisiva" para a gestão Lula 3 e que tais propostas são fundamentais para aprovar um "orçamento equilibrado" em 2024. Ele também citou que a reforma tributária deve ser promulgada ainda este ano e libertar a população do "caos do sistema".
"Ainda temos muito a resolver e precisamos ter um projeto consistente", comentou. "Se buscarmos soluções fáceis, não teremos um projeto consistente para o País". O ministro reiterou a relevância de um trabalho conjunto entre os Três Poderes e o Banco Central.
Haddad participou da abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, cuja reunião nesta terça-feira, 12, teve a apresentação das recomendações de comissões temáticas e grupos de trabalho em áreas como Economia do Futuro, Transição Energética, Primeira Infância, e ampliação ao crédito.
O ministro iniciou a fala dando um contexto de como o governo de Lula assumiu a gestão após o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Diante disso, Haddad citou a queda na taxa do desemprego, da inflação e dos juros que, segundo ele, "começaram a cair de forma consistente".
De acordo com ele, a economia deve bater 3% de crescimento e 2023 deve terminar o ano com 2 milhões de empregos formados. "Apesar da transição e problemas criados em 2022, conseguimos fazer uma boa agenda para o País", afirmou.
Nesse sentido, ele relembrou a mudança no ICMS e precatórios para justificar a agenda imposta pela Fazenda em 2023, destacando a revisão das isenções fiscais para um modelo mais transparente. Segundo o ministro, nas próximas semanas, o governo pagará R$ 94 bilhões do estoque de precatórios.
Haddad disse que o governo irá associar ciclo de corte de juros com ciclo de corte dos países desenvolvidos. Além disso, citou o lançamento de um hedge cambial atrelado a projetos verdes e o novo arcabouço e a mudança na meta de inflação. "Mudanças da meta de inflação para contínua tira uma pressão que só existia no Brasil", avaliou.