Haddad e Rui Costa discutem medidas fiscais e planejam reunião ministerial com Lula (José Cruz/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 21h07.
Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 21h08.
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, reuniram-se na noite desta segunda-feira, 6, para tratar da regulamentação das medidas fiscais aprovadas pelo Congresso no fim do ano passado. Rui Costa destacou que o encontro também abordou a organização da reunião ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja para a segunda quinzena de janeiro.
“Vamos colocar a mão na massa para fazer as portarias e decretos necessários. E preparar a reunião ministerial que será na segunda quinzena de janeiro. O presidente quer fazer um balanço de dois anos de governo, das medidas que foram votadas”, afirmou o chefe da Casa Civil.
Dentre as medidas aprovadas, estão dois projetos de lei e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que demandam regulamentação via decretos e portarias. Haddad reforçou a importância da integração entre as pastas para garantir a eficácia das leis:
“A gente aprovou um conjunto de medidas no fim do ano que precisam ter consequências. É importante que estejamos bem integrados para fazer com que essas leis produzam resultados no curto espaço de tempo”, afirmou o ministro.
O ministro Fernando Haddad interrompeu suas férias para retornar ao trabalho em Brasília nesta segunda-feira. No início do dia, ele já havia se reunido com o presidente Lula para discutir o planejamento do ano.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Fazenda, a decisão de cancelar as férias veio após o restabelecimento de um familiar que passou por cirurgia no final do ano. O período inicial previa descanso até 21 de janeiro, mas a programação de governo e a lembrança dos ataques de 8 de janeiro de 2023 contribuíram para a suspensão.
O fim de 2024 foi marcado por uma série de desafios econômicos, incluindo a aprovação do pacote fiscal e a valorização do dólar, que encerrou o ano cotado a R$ 6,18, um aumento de 26%. Nesta segunda-feira, houve leve recuo, com a moeda americana fechando em R$ 6,11.
Apesar disso, especialistas do mercado continuam a pressionar o governo por novas medidas de ajuste fiscal para conter a alta dos juros e estabilizar a moeda.
Após reunião com o presidente, Haddad esclareceu que não foram discutidos novos projetos de corte de gastos, mas sim temas relacionados ao planejamento orçamentário e as medidas aprovadas pelo Congresso em 2024.
O governo projeta uma economia de R$ 69,8 bilhões nos próximos dois anos com as medidas aprovadas, que ajustam o crescimento das despesas públicas. Para isso, será necessário trabalhar em conjunto com o senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator do Orçamento, para alinhar o texto às mudanças legislativas recentes.