Economia

Haddad diz que notícias econômicas desta semana aumentaram incerteza global

Segundo o ministro, é preciso cautela para acompanhar as próximas semanas, porque deve haver um reposicionamento mundial

O ministro Fernando Haddad está na capital dos Estados Unidos para as reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial e G20 (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

O ministro Fernando Haddad está na capital dos Estados Unidos para as reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial e G20 (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 18 de abril de 2024 às 18h08.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira em coletiva de encerramento do G20 em meio às reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial, em Washington, que as notícias econômicas desta semana trouxeram uma nova perspectiva global. Segundo o ministro, com uma reversão drástica de expectativas, agora há incertezas de como as variáveis macroeconômicas devem se “comportar ao redor do mundo”.

"Nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil, nos países emergentes e assim por diante. Como disse o Roberto (Campos Neto), é um momento agora em que essas placas eletrônicas estão se acomodando e nós temos que ter um pouco de cautela para saber quando é que isso vai parar", disse Haddad ao comentar que os movimentos da semana que levaram à desvalorização do real frente ao dólar.

Assunto da sucessão do BC não passa pela diretoria colegiada, afirma Paulo Picchetti

De acordo com o ministro, houve reversão de expectativas sobre o corte de juros da economia dos EUA pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e que é preciso entender melhor esses impactos que, na avaliação dele, devem ter repercussão “global”.

"Não é pouca coisa que vai acontecer. Mas é importante o que aconteceu e nós temos que ter uma cautela e acompanhar os próximos dias e semanas, porque vai haver um reposicionamento global", falou Haddad.

Resultados de inflação

O ministro disse ainda que em conversou com o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sobre as divulgações dos resultados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos nesta semana.

"De fato, havia uma clara sinalização de muitas apostas para o mercado. Quando o mercado aposta forte, qualquer reversão de expectativa machuca muito o investidor. E o mercado estava muito comprado na tese de que, de fato, em algum momento do primeiro semestre", destacou Haddad, que concluiu dizendo que havia razões para acreditar nisso já desde o ano passado.

"Porque, de fato, a sinalização da autoridade monetária dos Estados Unidos era essa. Quando veio o susto de março, houve uma reversão drástica de expectativas e isso mudou muito os rumores em relação a como vão se comportar as variáveis macroeconômicas no mundo afora", disse.

O ministro Fernando Haddad está na capital dos Estados Unidos para as reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial e G20. O ministro antecipou seu retorno ao Brasil para a noite desta quinta-feira para se dedicar à agenda econômica em Brasília, onde o Executivo busca a aprovação no Congresso de projetos estratégicos para a agenda econômica do país. Ainda em Washington, o ministro Haddad terá encontros com o senador americano Bernie Sanders e uma reunião bilateral com o ministro de finanças da China.

(*Especial para O GLOBO)

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadFMIBanco MundialRoberto Campos Neto

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês