Haddad: 'Temos que ter muita cautela sobre declarações' (Marcelo Justo/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 17h32.
Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 17h33.
A ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas de 100% sobre os países que integram o Brics, caso não se comprometam a abandonar a ideia de diminuir o uso do dólar nas operações comerciais, deve ser vista com cautela. A declaração foi feita nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, momentos antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o assunto.
“Temos que ter muita cautela sobre declarações. Às vezes, uma pessoa faz uma declaração e não é bem aquilo que ela vai decidir. Trump vai tomar posse, vai tomar medidas efetivas e só vamos nos colocar quando as decisões forem efetivamente tomadas”, afirmou Haddad.
O ministro destacou que é necessário ter cuidado e que não se deve reagir a cada declaração pública, seja de um secretário, ministro ou do próprio presidente.
“Há uma certa incerteza em relação ao que vai ser feito. Preocupa sempre, mas vamos ter cautela também, para saber efetivamente o que vai acontecer”, completou.
Trump assumirá seu segundo mandato no próximo dia 20. Desde que venceu as eleições, vem alertando que os países que tentarem substituir o dólar por outra moeda serão punidos pelos Estados Unidos.
“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano. Caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, publicou Trump em sua plataforma de mídia social, a Truth Social.
Ele foi enfático: “Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance de o Brics substituir o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos.”
O Brics é composto por nações em desenvolvimento, incluindo Brasil, China, Índia e Rússia. Este ano, o governo brasileiro está na presidência do bloco e considera como um dos principais desafios avançar em medidas para reduzir a dependência do dólar. Entre as alternativas, estuda-se o comércio em moedas locais.