Economia

Haddad diz que Brasil fará esforço para captar R$ 1,3 trilhão para financiamento climático até 2035

Ministro destaca a importância da cooperação internacional e ações concretas para combater desigualdades e enfrentar mudanças climáticas

Fernando Haddad: ministro da Fazenda declarou, em Paris, o compromisso do país com o financiamento climático (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

Fernando Haddad: ministro da Fazenda declarou, em Paris, o compromisso do país com o financiamento climático (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 31 de março de 2025 às 17h39.

Última atualização em 31 de março de 2025 às 17h46.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, durante palestra na Universidade Sciences Po, em Paris, que o Brasil buscará captar pelo menos US$ 1,3 trilhão (aproximadamente R$ 6,5 trilhões) para financiamento climático de países em desenvolvimento até 2035.

O compromisso, segundo o ministro, está alinhado à agenda da presidência brasileira do G20, em 2024, e ao Plano de Transformação Ecológica do país, que sedia neste ano a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

— Na esteira do Plano de Transformação Ecológica e da presidência brasileira do G20, vamos trabalhar para posicionar o Brasil como líder pelo exemplo e pela cooperação em prol de um multilateralismo reforçado — destacou.

'COP30 entrará para a história'

Haddad ressaltou que a COP30, que será realizada em Belém no fim deste ano, deverá ser um marco na implementação de políticas climáticas concretas.

— A COP30 entrará para a história como a COP da implementação — afirmou.

Como parte desse esforço, o Brasil pretende contribuir para o Roadmap Baku-Belém, uma iniciativa que busca canalizar trilhões de dólares para financiamento climático até 2035. O ministro destacou que o Brasil tem papel fundamental na condução desse debate, reforçando seu protagonismo ambiental.

Além disso, Haddad mencionou a criação do Tropical Forest Forever Facility (TFFF), um fundo global voltado para a proteção das florestas tropicais. O objetivo do mecanismo é transformar doações internacionais em investimentos permanentes para conservação ambiental, incentivando países desenvolvidos a financiarem a proteção florestal mesmo em momentos de crise econômica. Segundo ele, o fundo pode impactar cerca de 1 bilhão de hectares de florestas ao redor do mundo.

Críticas ao protecionismo e ao mercado de carbono

Durante sua fala, o ministro criticou a falta de compromisso ambiental em práticas protecionistas adotadas por algumas nações.

— Estamos [o mundo] completamente em desacordo com as práticas ambientais, estamos falando da retomada do óleo e gás, da produção manufatureira com energia fóssil, o que vai completamente na contramão disso [compromissos climáticos] — disse.

Haddad também falou sobre o risco de uma nova bipolarização global, que pode resultar em um mundo mais dividido e menos comprometido com soluções ambientais conjuntas.

— Podemos também voltar para um mundo bipolar, que é o que aparentemente se pretende — declarou.

Outro ponto abordado foi a taxação de carbono sobre importações, aplicada por alguns países ricos com o argumento de reduzir emissões. Para Haddad, essa medida pode estar sendo usada como um instrumento de guerra comercial.

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