Economia

Haddad diz que BC tem autonomia para atuar sobre dólar 'quando for conveniente'

Na terça, Lula afirmou que a subida do dólar o preocupa e que a alta constante da moeda faz parte de um jogo "especulativo"

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Diogo Zacarias/MF/Divulgação)

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Agência o Globo
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Publicado em 3 de julho de 2024 às 15h49.

Última atualização em 3 de julho de 2024 às 16h11.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a diretoria do Banco Central tem autonomia para atuar na decisão de intervir no câmbio ou não. Na terça-feira, o dólar fechou a R$ 5,66, após bater R$ 5,70 em dia de altos e baixos. Nesta quarta, opera em baixa e está cotado a R$ 5,56.

"A diretoria tem autonomia para atuar quando entender que for conveniente, não existe outra orientação. A minha análise é que o câmbio vai acomodar, diante de tudo que estamos fazendo e entregando", afirmou Haddad, após o evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar.

No mesmo evento, o presidente Lula afirmou que "responsabilidade fiscal é um compromisso" do governo e que o Executivo "não joga dinheiro fora". Na terça-feira, Lula ressaltou que a subida do dólar o preocupa e que a alta constante da moeda faz parte de um jogo "especulativo" e de "interesses" contra o real.

"Obviamente que me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação, é um jogo de interesses especulativo contra o real neste país. E eu tenho conversado com as pessoas sobre o que a gente vai fazer. Estou voltando [para Brasília] e quarta-feira terei uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo, não é normal", disse o presidente em entrevista à rádio Sociedade, de Salvador.

Questionado se o governo vai adotar alguma medida para conter a depreciação do real, Lula afirmou que é necessário tomar alguma atitude, mas não revelou o que seria:

" Temos de fazer alguma coisa, mas não posso falar porque estaria alertando meus adversários."

À tarde, Lula se reúne nesta quarta-feira com a equipe econômica para discutir novas ações para reduzir despesas e equilibrar as contas públicas. A equipe econômica busca medidas para equilibrar as contas públicas, em uma tentativa de sinalizar ao mercado que está comprometida a realizar um ajuste de gastos.

Além de Haddad, a reunião deve ter também a participação da ministra do Planejamento, Simone Tebet; da ministra da Gestão, Esther Dweck; e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Questionado sobre as medidas de cortes, o ministro da Fazenda afirmou que irá apresentá-las a Lula:

"Depois que eu apresentar para ele, eu apresento para vocês."

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