Economia

Haddad celebra dados do Caged e espera que o BC não se assuste com número de empregos

Ministro também defendeu as medidas enviadas pelo governo ao Congresso e as relações entre os Poderes

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 27 de março de 2024 às 19h02.

Última atualização em 27 de março de 2024 às 19h10.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira 27, que espera que o Banco Central não se assuste com o número de empregos gerados no Brasil, em referência a uma possível mudança no curso do afrouxamento monetário executado pela autoridade.

Em participação no Fórum Econômico Brasil-França, Haddad celebrou também os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que indicaram geração "robusta" de empregos no Brasil.

"Geramos empregos acima das médias do ano passado", afirmou Haddad, ao pontuar que o número deve permanecer fortalecido neste ano.

Ele destacou também o crescimento do produto interno bruto (PIB) brasileiro e pontuou que a inflação nacional tem regredido enquanto o crescimento do PIB permanece robusto. "Uma economia pode crescer com inflação baixa", disse, ao enfatizar que é isto que a economia brasileira vem perseguindo.

Relação entre Poderes

Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Fazenda também defendeu as medidas enviadas pelo governo ao Congresso e afirmou que não pensa que os outros Poderes precisam ser aliados do Executivos, mas sim harmonizados para torná-los permeáveis uns aos outros.

Para o ministro, o país passa por um processo de reconstrução e reeducação a respeito da relação entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que impactam diretamente a gestão fiscal.

Isso ocorre porque decisões do Supremo Tribunal Federal, como a revisão da vida toda na questão da Previdência, e medidas de renúncia fiscal, como a desoneração da folha de pagamentos e o Perse, afetam as contas públicas.

Haddad citou que uma das medidas encaminhadas pelo governo para sanear as contas públicas é a questão da limitação das compensações judiciais.

Oscilações na avaliação do governo

O ministro da Fazenda afirmou ainda que é natural que haja oscilação nas pesquisas de avaliação do governo e mencionou a pressão dos preços dos alimentos, fator apontado por analistas como uma das razões da piora recente da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele disse que vários instrumentos para diminuir o custo de alimentos estão sendo discutidos, como regulação de preço por expediente de preço mínimo, estoques regulatórios e até mesmo importação.

Permanência no Ministério da Fazenda

Haddad não se manifestou sobre a possibilidade de continuar como ministro da Fazenda em um eventual novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Tenho orgulho do trabalho feito na Fazenda, mas dois anos são muito tempo", disse ao ser questionado sobre os planos para 2026.

O ministro também foi perguntado sobre pretensões de concorrer à Presidência em 2030. "Se em dois anos não sei o que farei, imagina em 2030", disse. Ele admitiu, no entanto, que quis ser candidato em 2018, apesar da situação adversa da prisão de Lula.

Ele também disse que seu sonho de curto prazo é de continuar ministro e avançar com a agenda que propôs na Fazenda.

Instantes antes, questionado sobre o ambiente político mais polarizado e a sua opinião em relação a uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Haddad foi enfático ao dizer que não tem torcida e que uma condenação depende da condução dos trabalhos pelo Judiciário e da seriedade das investigações.

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