Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, falou sobre a inflação e as medidas de crédito do governo (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 20h08.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a inflação deve se acomodar antes do que o mercado prevê. Ele também negou que haja uma contradição entre as medidas de crédito recentemente anunciadas pelo governo e a alta de preços.
“Nossa perspectiva é de que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê”, disse Haddad.
Na última segunda-feira, o mercado financeiro revisou para cima as suas projeções sobre a inflação e o crescimento econômico deste ano. De acordo com o Boletim Focus, publicado pelo Banco Central, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,58%, contra 5,51% da semana anterior. Para 2026, a expectativa subiu de 4,28% para 4,30%. Esse é o sétimo aumento consecutivo no indicador.
A partir de 2025, o sistema de meta contínua será implementado, com o objetivo de manter a inflação em 3%. O intervalo aceitável para esse valor será de 1,5% a 4,5%. O Banco Central, então, precisará calibrar os juros para garantir que a inflação permaneça dentro dessa faixa.
“Se isso acontecer (inflação fora da meta) e for confirmado, o BC vai apresentar um plano de trabalho para trazer a inflação para a meta”, destacou o ministro. No entanto, ele ressaltou que as indicações atuais são positivas quanto à trajetória da inflação.
Em relação às medidas de crédito, o governo está preparando o lançamento de novos programas, como o crédito consignado para trabalhadores do setor privado. Embora medidas como essas sejam frequentemente vistas como inflacionárias, já que tendem a aumentar o consumo, Haddad negou que haja uma contradição entre elas e a política de controle de preços.
“Hoje os trabalhadores estão pagando 5,5% de taxa de juro por falta de acesso ao consignado”, argumentou o ministro. Ele complementou: “Não é justo a pessoa com uma garantia que pode ser dada continuar pagando uma taxa de 5,5% ao mês no crédito direto ao consumidor”. O governo pretende criar uma garantia para reduzir o spread bancário, o que resultaria em juros menores para os trabalhadores.
Segundo Haddad, os juros cobrados atualmente são “distorcidos” e, por isso, prejudicam o poder de compra do trabalhador.