Economia

Habitação explica desaceleração do IPC de maio, diz Fipe

A inflação em SP caiu de 0,53% para 0,25%


	Imóveis em São Paulo: o grupo Habitação apresentou deflação de 0,24%
 (Germano Lüders/EXAME)

Imóveis em São Paulo: o grupo Habitação apresentou deflação de 0,24% (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 14h24.

São Paulo - A desaceleração da inflação na capital paulista entre abril e maio, de 0,53% para 0,25%, foi beneficiada, principalmente, pela deflação do grupo Habitação, de 0,24%, após elevação de 0,04% no quarto mês do ano.

A avaliação é do novo coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), André Chagas, que assume o cargo no lugar do economista Rafael Costa Lima, que segue na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mas com novas atribuições.

Segundo Chagas, sem o efeito na redução de água/esgoto, que apresentou variação negativa de 10,17% em maio, por causa do desconto na conta da Sabesp para quem economizar 30% no consumo, o IPC seria de 0,45% no encerramento do mês passado.

"Em junho, o grupo Habitação deve acelerar e fechar com alta de 0,26%. O impacto de redução da água vai se diluir ao longo do mês", previu.

Com a saída dos impactos de água/esgoto no grupo Habitação, o IPC do sexto mês do ano deve avançar a 0,33%, ante 0,25% em maio deste ano, e em relação à alta de 0,32% apurada em junho de 2013, como estima a Fipe. Já a projeção para o fechamento do ano segue em 5,50%.

Conforme o economista, ainda é preciso aguardar o comportamento da inflação no segundo semestre e os efeitos do fim do ciclo do aperto monetário sobre os preços, assim como se haverá ou não reajuste de alguns preços administrados, como os dos combustíveis, depois das eleições.

Além da ajuda do grupo Habitação, Chagas afirmou que a desaceleração da classe de despesa de alimentos (de 1,23% para 0,73%) também permitiu o abrandamento do IPC de maio.

"Habitação intensificou a queda e Alimentação veio menor que o esperado", disse, ao referir-se à expectativa da Fipe de elevação de 0,95% para o conjunto de preços de alimentos no quinto mês do ano.

Segundo o economista, a deflação de 4,30% nos preços do etanol ainda favoreceu o grupo Transportes, que teve recuo de 0,04%.

"Já o item Viagem/Excursão teve um comportamento atípico para esta época, com alta de 1,50%, menor do que a de 1,67% prevista. Os preços de passagens aéreas também: tiveram queda de 0,17% em maio", disse.

Esses resultados, segundo ele, foram relevantes para a inflação de 0,59% no grupo Despesas Pessoais em maio, ante 1,00% em abril.

Também chamou a atenção do coordenador da Fipe a alta menos intensa registrada em Vestuário, de 0,54% em maio, após 0,07% em abril, em relação à previsão do instituto, que era elevação de 0,85%.

"Há alguns produtos em queda que tradicionalmente sobem neste período, como malhas e agasalhos (-2,15%). É curioso, pois normalmente é uma fase de troca de coleção", afirmou.

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