Economia

Há sinais de recuperação na construção civil, diz Gerdau

A empresa deverá dar uma indicação de seus investimentos em 2018 apenas no início do próximo ano, afirmou o diretor financeiro

Gerdau: o ambiente internacional de preços de aço tem favorecido a possibilidade "de alguns reajustes em mercados domésticos", incluindo Brasil (Germano Luders/Site Exame)

Gerdau: o ambiente internacional de preços de aço tem favorecido a possibilidade "de alguns reajustes em mercados domésticos", incluindo Brasil (Germano Luders/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 22h08.

São Paulo - O grupo siderúrgico Gerdau está vendo sinais de recuperação no setor de construção civil no Brasil e boas perspectivas para o crescimento no consumo de aço dos Estados Unidos em 2018, afirmou nesta segunda-feira o vice-presidente financeiro da companhia, Harley Scardoelli.

O executivo evitou comentar detalhes, mas afirmou que a empresa deve concluir 2017 com investimentos de 900 milhões de reais, após desembolsar cerca de 600 milhões nos nove primeiros meses do ano. A empresa deverá dar uma indicação de seus investimentos em 2018 apenas no início do próximo ano, afirmou.

Scardoelli participou de reunião com analistas e investidores junto com o presidente-executivo, Andre Gerdau Johannpeter, que deixará o comando da empresa no fim do ano para se tornar membro do conselho de administração. Gustavo Werneck, há mais de uma década no grupo, será o novo presidente-executivo a partir do início de janeiro.

Johannpeter, no comando da Gerdau há 11 anos, vai se dedicar aos aspectos estratégicos no grupo da família e que a empresa ainda tem "algumas etapas a completar" do plano de otimização de ativos que gerou ao grupo 3,2 bilhões de reais desde 2014, principalmente com a venda de operações menos rentáveis. A última venda aconteceu em outubro, envolvendo a totalidade das operações da empresa no Chile, por 154 milhões de dólares.

"Temos muita capacidade ainda para utilizar. Para nós, a venda de ativos leva em consideração a rentabilidade deles, queremos ter pelo menos o custo de capital mais 1 por cento", disse Johannpeter.

Ele acrescentou que a empresa tem usado de 62 a 65 por cento da capacidade produtiva no mundo com exceção do Brasil, onde o nível de utilização é de cerca de 68 por cento.

Segundo ele, o ambiente internacional de preços de aço tem favorecido a possibilidade "de alguns reajustes em mercados domésticos", incluindo Brasil, Peru e Argentina, mas não deu detalhes sobre os próximos movimentos do grupo.

Scardoelli afirmou que apesar de alguns indicadores de crescimento do setor industrial brasileiro, como a expansão de quase 30 por cento na produção de veículos, e do clima mais otimista para negócios, "o Brasil ainda vai sofrer muita volatilidade principalmente pelo lado político", disse, em referência às eleições do próximo ano.

"Continuamos muito ligados ao crescimento do PIB. Se o PIB se recuperar ano que vem, isso vai fazer a demanda por aço se recuperar", disse Scardoelli, que citou ainda o recente aumento nos lançamentos de imóveis residenciais no país.

Na semana passada, o Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas instaladas no Brasil, previu que as vendas de aço no Brasil em 2018 vão subir 4,2 por cento, para 17,4 milhões de toneladas.

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