Trabalhadores em construção nos EUA: gasto residencial privado caiu para US$ 445,8 bilhões no último mês do segundo trimestre (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2016 às 20h52.
Demanda forte por hipotecas. Valores de imóveis crescendo a um ritmo sólido. Empregos na construção em boa forma. Um novo ciclo de alta para vendas de residências de apenas uma família.
Com tudo isso jogando a favor do mercado imobiliário, é difícil entender por que os gastos com residências recuaram no relatório de junho de gastos com a construção, pontua a Bespoke Investment Group.
O gasto residencial privado caiu para US$ 445,8 bilhões no último mês do segundo trimestre, o que provocou um recuo de 18 por cento no trimestre citado em relação ao anterior (ambos os números são ajustados por fatores sazonais e estão anualizados).
Isto aponta para uma queda em um segmento da economia que os analistas estimam que será o principal colaborador do crescimento no restante dessa expansão e contraria a preponderância de dados que indicam uma aceleração da atividade.
“Não é particularmente plausível que as fortes vendas, a valorização dos preços e a atividade do setor possam levar a um grande enfraquecimento dos gastos, como parece ser o caso atual”, escreve o estrategista macro da Bespoke, George Pearkes.
Ele ressaltou, em particular, a atordoante divergência entre os indicadores de atividade -- novas unidades habitacionais em construção -- e os números dos gastos com residências privadas.
“É estranho que uma coisa (as unidades) possa estar atingindo novos picos, enquanto a outra (os gastos) alcança novas mínimas”, afirma Pearkes.
“Considerando que mencionamos antes leituras fortes de uma série de outros indicadores do mercado imobiliário, estamos inclinados a acreditar que o gasto será revisado para cima nos próximos meses”.
Um resultado como esse se alinharia ao histórico recente, sugere o estrategista, porque o gasto com construções residenciais privadas apresentou uma tendência a receber revisões notáveis para cima nos últimos 12 meses.
O analista de dados econômicos da construção Edward Zarenski também se mostrou surpreso com os dados ruins de junho e com as revisões para baixo dos dois meses anteriores.
Zarenski, assim como Pearkes, prevê que esse ligeiro desvio nos dados imobiliários dos EUA será revisado em futuros relatórios.
“A espera por revisões para cima em julho não é uma posição confortável, mas é nela que estamos no momento”, tuitou Zarenski. “O relatório de empregos de sexta-feira dirá”.