Economia

Guerra comercial dá 1º tiro no pé (ou estômago) de Trump

A Coca-Cola avisou que terá de subir os preços dos refrigerantes em lata nos Estados Unidos. O motivo? A sobretaxa na importação de alumínio

Latinhas de Coca-Cola: empresa terá de aumentar os preços do produto (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Latinhas de Coca-Cola: empresa terá de aumentar os preços do produto (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 29 de julho de 2018 às 13h35.

Última atualização em 29 de julho de 2018 às 14h00.

São Paulo – A guerra comercial de  Donald Trump atingiu mais uma empresa nos Estados Unidos. A Coca-Cola avisou que terá de subir os preços dos refrigerantes em lata por lá. O motivo? A sobretaxa imposta pelo governo daquele país sobre a importação de alumínio.

Para quem não sabe, Trump é um fã fervoroso da bebida, considerada um símbolo da cultura americana. O presidente chega a consumir até 12 latas da bebida por dia. E não, não é brincadeira: na Casa Branca, ele tem até um botão vermelho, em sua mesa no Salão Oval, que avisa a um mordomo para lhe entregar o refrigerante.

O apetite do presidente americano não necessariamente significa que ele tem amor pela empresa que a fabrica. Em março deste ano, ele decretou que todo alumínio deve pagar um imposto de 10% para entrar no mercado americano, o que acabaria por elevar o preço final da Coca-Cola para o próprio consumidor.

A medida tomada por Trump pressionou os custos da empresa, de acordo com o presidente da companhia, James Quincey. O aumento nos preços da lata do refrigerante, portanto, é “disruptivo, mas necessário”, segundo o chefe da produtora de bebidas, durante a conferência para explicar os resultados financeiros.

A empresa ainda explicou que o preço maior nas latas nos Estados Unidos não será necessariamente igual em todas as partes do país, porque vai depender do revendedor e da própria cadeia da produtora de refrigerantes, mas isso não deixa de ser um tiro no pé (ou melhor, estômago) do presidente americano.

A imposição da tarifa sobre o alumínio estrangeiro foi determinada após uma investigação do Departamento de Comércio americano que concluiu haver uma dependência do setor, representando um “risco de segurança nacional”.

À época, analistas viam o motivo como um mero pretexto para o protecionismo das propostas aventadas pelo presidente americano, salientando que as medidas poderiam machucar a economia americana, gerar uma redução nos investimentos e danificar as redes de suprimento estabelecidas no país.

Dito e feito.

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