Economia

Guedes volta de Davos ainda mais importante para o governo

Guedes é o fiel da balança para investidores que anseiam pela reforma da Previdência, como ficou claro ontem, com a alta da bolsa após fala em Davos

O ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 06h39.

Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 06h53.

Bastou o ministro de Economia, Paulo Guedes, falar sobre os caminhos para zerar o déficit fiscal brasileiro e recuperar a economia – que incluem a reforma da Previdência, uma série de privatizações e cortes agressivos de impostos – para a bolsa subir e o dólar cair.

No dia anterior, o tão esperado discurso do presidente Jair Bolsonaro, durante o Fórum Econômico Mundial, não animou os investidores que expressaram seu azedume com a queda do Ibovespa e a alta da moeda americana. O bom humor do mercado indica, portanto, que o fiel da balança do governo continua sendo o ministro da Economia. Ao menos, para aqueles que se sentam atrás de mesas de operação.

Em consonância com a fala de Guedes, na quarta-feira, 23, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, apresentou 35 pontos tidos como prioritários para os 100 primeiros dias do governo. Entre eles estão privatizações no setor de transportes e a independência do Banco Central.

A reforma da Previdência que, segundo dirigentes do alto escalão é “prioridade número zero”, não entrou na lista. Não porque não vai acontecer, mas porque o texto ainda vai ser concluído “nas próximas semanas”, depois que o presidente se recuperar da cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, marcada para segunda-feira, 28. A expectativa é que Bolsonaro volte a Brasília em 7 de fevereiro, depois de iniciada, portanto, a nova legislatura do Congresso – onde o texto da reforma da Previdência será apreciado e votado.

Especialistas dizem que o início do mandato é o momento ideal para passar pautas delicadas como essa, porque o capital político é maior. Até aí tudo bem: o relógio conta a favor do governo. O que não está claro é quem vai exercer o papel de articulação com a Câmara e o Senado em busca de votos favoráveis à pauta. Guedes não tem perfil para fazer articulação com parlamentares. Resta saber quem será (ou serão) esse ator imbuído de tamanha responsabilidade.

O fórum de Davos caminha para seu final nesta quinta-feira. Entre as trapalhadas e os discursos vazios dos representantes brasileiros, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro, Guedes voltará ao Brasil ainda mais decisivo tanto para os primeiros 100 dias de governo como para os demais 1.360 até o fim do mandato.

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